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Quase amor!



Venho encarando o cursor piscando na página em branco do meu bloco de notas por várias semanas, aliás, vários meses. A verdade é que eu estava com muito medo de voltar a escrever. Estava com medo por saber quão desagradável e afiada a minha escrita tende a ser. Ela é dolorosa, sabe? Além de ser extremamente sincera e isso nem sempre é algo bom. Mas, venho pensado muito em você ultimamente, venho pensando nas nossas inúmeras conversas e o motivo pelo qual eu ainda não consegui escrever sobre você aqui. Há algum tempo eu costumo dizer que eu deveria vir com uma sinalização de segurança, grifada em Caps Lock (caixa alta) e Cores Néon, sinalizando: “ — Cuidado, Alta Voltagem”, até conhecer você. Na verdade, mesmo após conhecer você eu continuo acreditando que eu deveria andar por aí com a minha plaquinha preventiva, no entanto, você deveria sair por aí expondo a sua plaquinha também, você deveria sair por aí com o aviso: "Cuidado, frágil".


Preto, quantas vezes eu irei conseguir quebrar o seu coração até você perceber que por mais que eu tente ser cuidadosa jamais irei conseguir conter o vulcão que habita meu íntimo? Quantas vezes iremos reavaliar todas as oportunidades que nós dois não aproveitamos corretamente ou que deixamos passar despercebidas? Desculpa, eu não queria magoar você, mas acabei fazendo disso meu hobby. Magoar você se tornou minha atividade favorita e eu já nem sei o que fazer para quebrar esse ciclo vicioso. E o problema é que não magoar você se tornou algo improvável para mim. Não é que eu não me importe contigo. Sei que às vezes eu posso demonstrar uma insensibilidade assustadora, porém, eu me importava com os seus sentimos. Para ser sincera, eu ainda me importo e sinto a sua falta.

Mas eu não te amo, aliás, eu acho que não te amo (mesmo sentindo a sua falta). Ainda não sei direito se te amo ou não te amo, estou incerta quanto a isso. Gosto de pensar que se eu te amasse eu saberia. No entanto, quando é que sabemos que amamos a outra pessoa? Existe alguma espécie de teste para assegurar nossos sentimentos? Questiono porque eu já amei antes e não foi nada parecido com o que eu sinto agora, eu já amei antes e aquele sentimento não possui nenhuma semelhança com o que eu sinto por você. Será que o que eu sinto por você é amor ou será que o que eu senti anteriormente nunca foi amor? Estou confusa, incerta e receosa.

Porque sempre que eu penso em amor projeto em minha mente uma imagem de mim mesma dançando no meio de uma sala (que não é a da minha casa) vestida com uma blusa branca fofinha com estampa de gatinhos e uma calcinha igualmente branca, sem estampas, e de algodão (poderia ser renda, né?). Ah, nessa projeção também estou usando meias cinzas e rebolo ao som da Alicai Harley. Mentira, na realidade eu canto e pulo bem mais do que rebolo. Enfim, não é algo sexy e caso você esteja imaginando algo sensual, saiba que não é.

Eu costumo ri muito sempre que visualizo essa cena por ser algo tão ingênuo e bonito de visualizar. Só que sempre finalizo minha imaginação desanimada por saber que todo o contexto parece inapropriado para mim, principalmente por causa das meias (raramente uso meias). Essa projeção que o meu imaginário faz sempre que eu penso no amor me faz pensar bastante em uma das nossas últimas conversas. Tenho pensado, com desânimo, no quão eu, você, o amor e a minha projeção do amor somos dispares. Estive pensando sobre o quão terrível eu posso ser e no quão cuidadosa eu deveria ter sido, o tempo inteiro, para não ser terrível com você (e eu falhei de maneira absurda nessa parte).

Outro dia um amigo me disse que sou uma garota que adora looping (repetição automática de uma ocorrência; andar em círculos) e a tática dele para driblar meu looping é evitar esse meu péssimo hábito. Já a sua tática é me evitar constantemente colocando em prática o seu próprio looping que consiste em: se aproximar de mim, se machucar e me afastar em seguida. E eu sei que você me afasta porque eu te assusto, (caramba, eu te apavoro).

Me diga: Qual é a sensação de ter algo e ao mesmo tempo não ter? Porque nós dois sabemos que você me tem, mas eu sou minha.

Também costumo rir de mim, de você e da possibilidade de existir nós, mesmo quando as circunstâncias não são engraçadas. O problema é que eu não consigo não rir do seu desespero ao tentar me proibir, me podar e me controlar. Você nunca aprende que eu não funciono assim e isso me irrita. E é algo tão óbvio que já deveríamos ter superado isso, né? A questão é bem simples: Quanto mais nãos você me disser, quanto mais desaprovações você me der mais questão eu farei de vivenciar tudo que eu puder. E por causa da minha teimosia em aproveitar cada sim que a vida me proporciona você acaba me bloqueando, tirando de mim qualquer possibilidade de fazer parte da sua própria vida.

Preto, nós continuamos andando em círculos (looping), já percebeu? Você sequer consegue lembrar o motivo da nossa última briga. E o que me assusta é como eu sequer percebi que estávamos brigando... Lembro que você me proibiu de escrever sobre você e eu simplesmente respondi: " — Não funciono assim, irei escrever sobre o que eu quiser escrever e se eu quiser escrever sobre você eu irei". Eu nem falei por birra ou teimosia, de fato, não funciono dessa maneira. Cara, você não decide o que eu posso ou não fazer, você não autoriza sobre quem eu posso ou não escrever. Entenda, comigo não funciona assim. Você não tem nenhum controle, comigo você não é autoridade. E sempre que você ousar mandar em mim eu irei te contrariar e por fim irei rir de você.


Sorrio porque a sua ingenuidade é engraçada demais. Você já considerou a possibilidade de ter se apaixonado por uma mulher que você não irá conseguir controlar? Será que você já considerou a possibilidade de estar apaixonado por uma mulher que você sente medo? E somado ao medo está a sua fragilidade e falta de confiança em mim.

E quando falta amor?

Estava pensando quando exatamente eu comecei a me amar, me amar de verdade, incondicionalmente, sabe? Hoje parece fácil essa coisa de me olhar no espelho e amar o reflexo presente ali, mas nem sempre foi tão fácil ou simples. Em algum momento eu aprendi a me amar, me amar de verdade sem todas aquelas críticas destrutivas e cruéis. Mas já me odiei, odiei o fato de eu ser gorda, de eu ser preterida e até mesmo de ser sempre a cupido, nunca a garota escolhida, desejada.


Eu gostaria de poder dizer que com o tempo isso passa, essa falta de amor-próprio some, porém, não é verdade. Não foi o passar do tempo que me ensinou a me amar. Não mesmo, com o passar do tempo isso só piorou, eu me isolei das pessoas, do mundo em si. Destinei meu tempo a coisas que prendiam a minha atenção, escrever, por exemplo.

Um dia eu me apaixonei, – Creio que isso era inevitável –, e me comportei como todas as meninas ao meu redor, nada muito espetacular (mas não foi a melhor experiência da minha vida). Aprendi bastante com essa paixão, lições preciosas sobre amar a si mesma e sobre abrir mão do amor-próprio em nome do relacionamento. Por isso, atualmente ao questionar o que as pessoas estão procurando em um relacionamento não fico muito surpresa ao ouvir que não é amor o que elas buscam.

Confesso que quando me apaixonei estava buscando o amor, não era o melhor amor o que eu quis, era algo idealizado e possessivo., mesmo assim, acreditava que era o melhor amor que eu poderia ter. Atualmente as pessoas falam em ter alguém com quem compartilhar bons momentos, falam sobre carinho, troca de afeto e companhia, mas optam por não falar sobre o amor.

Ouço as pessoas falando incessantemente sobre ter alguém não para amar, mas basicamente só sobre ter alguém, porque estar só parece horrível, quase insuportável. Ter alguém se tornou uma meta de vida, uma perspectiva para adquirir o tão sonhado sucesso. Mas não é sobre amar alguém, é sobre ter como se o outro fosse um objeto de posse.

E para ter esse tão esperado alguém é natural fazermos ajustes, concessões, abrir mão de algumas coisas. E nesse processo de abrir mão de algumas pequenas coisas nós deixamos de ir para inúmeros eventos porque a outra pessoa não pode ir (ou não quer ir). Nós deixamos de assistir determinados filmes e séries porque a outra pessoa não gosta ou prefere outra coisa, deixamos de usar determinada roupa (Como um simples vestido azul) porque para a outra pessoa é aquela roupa é inadequada causando desconforto sempre que usamos.


Em prol de ter alguém diminuímos nosso próprio ritmo, mudamos de canal e abrimos mão de coisas básicas, supostamente banais. Até que percebemos o quanto paramos de fazer coisas banais e passamos a nos comportar em prol dos caprichos alheios. Desistimos de iniciar uma discussão, mudamos de assunto, nos silenciamos diante de um problema e ignoramos qualquer desconforto em prol de ter alguém.


Começamos a nos comportar com base no que é bom para o relacionamento. Nós nos acostumamos a temer uma ligação perdida e aquela visualização sem resposta, ficamos com medo de uma possível “DR”, da briga e do sermão e por fim do término iminente e tudo isso não é porque amamos a outra pessoa, é só pelo comodismo, pelo hábito de tê-la ou por medo do fracasso que a sociedade propaga sobre estar só. Nós nos comportamos porque queremos ter alguém mesmo que esse alguém não nos queira do jeito que somos.

Ele não te quer tanto assim!


Não consigo entender o que você viu nele, parece que gosta de sofrer. Esse seu desejo é irracional, será que você não percebe que ele não te quer tanto assim? Para ele você é apenas um "tanto faz", mais uma em um cardápio. Por que não deixa alguém te amar?  Parece que gosta de colecionar feridas. Ninguém lhe contou que as suas expectativas são altas demais? Garota, ninguém consegue alcançá-la, por isso, todos aqueles que tentam desistem devido ao cansaço que é querer você. Alguém precisa lhe dizer que não existe um cara perfeito, esse cara que está procurando encontra-se fragmentado em todos os outros caras que você insiste em dispensar. Acorda, perceba que a sua busca é insana, um desperdício de tempo. O mundo inteiro já percebeu menos você. Tudo bem, você possui problemas por ser uma mulher emocionalmente desequilibrada, indecisa e insegura. Mas, quem não tem problemas? Esqueça essa parte, direcione sua atenção para o que realmente importa. Para você, o que realmente importa? Decida, faça uma escolha e coloque toda essa energia que está desperdiçando cotidianamente com um cara que não te quer nessa decisão. Porque você sabe que ele não te quer, por isso que você insiste nessa história. Se ele te quisesse você já teria desistido. Com você é sempre assim, nada é mais importante do que o jogo da conquista, o processo de sedução. Mas, dessa vez o xeque-mate não foi seu.

Ela não te quer!




Ela não te quer porque no fundo ela é uma menina com medo desse Homem que você insiste em ser. Ela não te quer porque não se acha boa o suficiente para tamanha frieza que suas atitudes demonstram. Mesmo sendo uma mulher crescida, dona do próprio corpo, que paga suas contas em dia, Feminista declarada, que odeia cozinhar e sabe que não nasceu para ser rainha do lar, nos seus braços ela quer ser apenas uma menina com medo do escuro, apaixonada por Indie Pop e R&B. Ela é incomum, dificilmente irá te odiar por não perceber o seu corte de cabelo novo, mas ficará magoada se você não presenteá-la com aquele livro do qual ela passou meses falando e até adicionou como desejado no Skoob. Para satisfazê-lo ela fará um strip-tease no sábado a noite, mas no domingo irá querer assistir alguma comédia romântica, provavelmente Como Se Fosse A Primeira Vez ou Um Amor Para Recordar. Após o filme irá dormir de conchinha, aconchegada ao seu corpo e calor. Ela quer gritar o seu nome enquanto goza, assim como, também quer gritar o seu nome quando acordar assustada no meio da noite. Lembre-se que ela irá negar sempre que você perguntar se todo aquele mau humor é TPM, mas saiba que ela fica péssima, irritada, chorosa e insegura, por isso, a ame em dobro nesse período, pois o seu relacionamento dependerá disso. Durante um feriado prolongado ela desistirá de ir pra aquela festa com o DJ Snake, para ficar em casa assistindo novamente todos os 13 episódios da série Demolidor com você. Cara, ela não te quer porque você é um idiota, frio e indiferente que prefere ser solteiro a se arriscar em uma paixão novamente. Na verdade, ela te quer, mas você não a quer de volta, pois não está disposto a oferecer todos os mimos que ela precisa. 

ENCANTO XI: Nunca quis um príncipe!

A seta certa
Acerta
(Victor Az)

Créditos da Imagem:
Poesia Visual – Victor Az


Eu sou uma bagunça, uma mulher complexa que usa reticências de maneira exagerada porque tem uma tara inexplicável por esse subjetivo sinal gráfico. – Quem tem tara por um sinal gráfico? Eu tenho, acredito no poder de sugestão das reticências, pois cabem tantas coisas nesses três pontos... Também tenho tara por pessoas inteligentes, sendo essa tara na verdade um dos meus fetiches. Dificilmente um homem popularmente gostoso, (nada além de gostoso), irá despertar a minha atenção, porque eu sou tarada por sorrisos fáceis, inteligência, criatividade e bom humor, ou seja, eu sou tarada por você. Mas não posso admitir, ainda não. Por isso, me irrito contigo, mesmo quando você não fala ou faz nada. Estou sempre irritada, confusa e enlouquecida, porque você é o cara que eu quis mesmo sem saber que existia.

Inconscientemente eu pedi aos céus alguém como você. Eu rezei para que quando eu me apaixonasse novamente fosse por uma pessoa que não enxergasse os fatores secundários como primários. Alguém sábio o suficiente para compreender que aparência, idade, religião, e até mesmo os defeitos, são meros detalhes que compõe um todo. E é esse todo que realmente importa. “O importante é a pessoa em si, o resto é detalhe.” Esperava alguém que fosse bom de cama e de cérebro. Alguém que excitasse não apenas o meu corpo, – porque esse é fácil, me trai por qualquer caricia –, mas também a minha inteligência. Esperava alguém que mesmo com as mãos longe do meu corpo fosse capaz de me fazer hiperventilar. E você faz, você me causa um turbilhão de sensações, e todas essas sensações me fazem pensar no quão ferrada eu estou.

Você está me ganhando aos poucos, como alguém que não quer nada... Gostaria de saber o que irá fazer quando finalmente me ter. Porque nós somos díspares, eu ouço funk como fonte de inspiração e você Marisa Monte. Eu sou exagerada, enquanto você é direto e objetivo. Você é calmaria e eu sou um furacão. Eu sou complicada e você tranquilo. Você não ‘cria caso’, não faz drama, e isso é muito bom. Bom demais, mas toda essa atenção me deixa louca. Não estou habituada a ter olhos atentos assim, em mim. A forma como você está me olhando, desnudando Minh’alma, me deixa irritada, pois eu não quero me apaixonar, mesmo assim, eu irei.

Cara, isso nunca acontece comigo, ninguém consegue enxergar além do que eu quero mostrar. Você é o primeiro a enxergar além da idade, das curvas, dos defeitos, da menina. Você é o primeiro a ver a mulher, sem lentes de contato coloridas. Isso é assustador, no entanto, o que realmente me assusta é saber que você não está assustado. Eu nunca quis um príncipe, ainda não quero. Então você surgiu, me fazendo perceber que nenhuma versão de príncipe encantado seria capaz de superar você e todos os seus mistérios, enfim você é a melhor versão de príncipe encantado que alguém poderia querer. Estava ficando cansada de esperar por você, que bom que você apareceu, agora eu sei que a espera valeu a pena.

Inspiração: Victor Az.

Í.N.T.I.M.O.S.: Por Acaso – A História de Um Amor Encontrado!


Foi por acaso... Eu estava ali sozinha, sentada à janela do trem quase vazio, totalmente concentrada na leitura de um livro... E então você entrou... Parecia cansado; tirou a mochila do ombro, e sentou no primeiro lugar vazio que encontrou – assim, por acaso –, de frente para mim. Acho que eu mal tinha notado sua presença, até ouvir você suspirar, olhando distraidamente para a capa do meu livro, e dizer, meio sonolento, que o casal ficaria junto no final. Eu ri... Apesar de o título ser sugestivo, eu não estava lendo um romance.

Mas então, por acaso também, quando eu estava prestes a dizer alguma coisa sobre não ser educado revelar o final a uma pessoa que ainda está lendo o livro, o trem deu um solavanco, que me projetou para frente, e fez meu livro cair no seu colo. Você o confiscou, sorrindo, e só me devolveu quando chegamos à minha parada, mas não sem antes colocar dentro dele um cartão com seu telefone.

Eu nunca pretendi ligar, afinal, você era um cara estranho, que praticamente sequestrou meu livro no trem, insistindo em conversar, e ainda fingiu conhecer o final de uma história que estou certa de que você nunca tinha ouvido falar...

Mas então, por acaso, outra vez, nós nos reencontramos, agora num vagão lotado, e enquanto a multidão empurrava o meu corpo contra o seu, você me perguntava se faltava muito para eu terminar o livro. Achei que você era maluco, e não sei por que razão eu continuava dando atenção ao que você dizia, mas o seu jeito doce e sincero de me olhar, lentamente foi colocando abaixo todas as minhas defesas.

Assim, por acaso, lá estava eu, aceitando tomar um café com você; e depois um filme; e depois um jantar; e quando menos esperei, o café com você, se tornou café da manhã; a janela por onde eu olhava era a do nosso quarto; e não havia mais lugar vazio ao meu lado no trem. Porque eu descobri no seu jeito completamente atrapalhado de se aproximar, as primeiras frases do enredo de um romance, que só o acaso, mesmo, poderia criar.

Porque, quem mais, senão o acaso, poderia colocar no meu caminho (duas vezes!) um cara, que à primeira vista, nem fazia o meu tipo, mas que, por acaso, era exatamente o que eu precisava?

E então, de repente, da garota que estava lendo sozinha no vagão de trem, eu me tornei a metade de nós; parte de uma história que estava sendo escrita pelo acaso. E o acaso, talvez, seja na verdade um pseudônimo que o destino usa quando quer permanecer anônimo, e realizar o inimaginável.

E assim, um dia, por acaso, eu percebi que você tinha razão desde o início: eu não precisaria ler o livro até o final, pois eu tinha certeza de que o casal nunca mais iria se separar.


Sobre a autora: Talita Vasconcelos é uma escritora nacional. Paulistana, 20 e poucos anos, apaixonada por livros, cinema, música boa, e escrever. Autora de três livros publicados em e-book: a antologia “A Morte Não é o Fim”, e o romance “Alma de Rosas”, e um romance sobrenatural, "As Noivas de Robert Griplen".



Efeito Colateral!



Gostaria que você soubesse que eu queria ainda mais. Mesmo chegando de mansinho como quem não queria nada, acredite, eu queria! Porque você sempre soube como me deixar querendo mais. Sempre soube como chamar a minha atenção com esse seu jeito de morder os lábios. A maneira como você me olha sobre os seus óculos de grau quando eu te pergunto o que iremos fazer no final de semana me deixa louco de tesão. E a resposta para a minha despretensiosa pergunta você me mostra na cama. Não existe melhor resposta do que ter-te percorrendo o meu corpo, me mapeando, curvas, cheiro e gosto. Como uma bússola você me guia nessa Era dos Descobrimentos, de norte a sul, do paraíso ao inferno em pouquíssimo tempo.


Garota, você não imagina o quão sexy fica com esse ar de intelectual. Fico louco de desejo quando ouço você me pedindo para parar de te comer com os olhos, mas quando você tira a roupa revelando a frase escrita em latim “Alis volat propris”, que significa “ela voa com suas próprias asas” tatuada na lateral esquerda da sua costela não consigo resistir. De maneira voraz agarro o seu braço, te encosto contra a parede do nosso quarto, sem calma ou delicadeza, apenas com uma necessidade, uma tremenda necessidade de você. Nós dois bagunçamos tudo, não apenas o quarto, mas o corpo e a alma. Sua boca quente na minha boca gelada, nossas roupas espalhadas e os nossos corações descompassados provam que eu minto ao dizer que só preciso de mais cinco minutos com você naquele nosso canto, apenas mais cinco minutos de excitação, sem que o mundo lá fora seja importante.

Sinceramente, o mundo lá fora não é importante, não quando eu tenho você. E eu minto porque a verdade é que aqueles cinco minutos se tornaram um efeito colateral totalmente diferente do que eu havia planejado. Esse tempo é insuficiente, por isso transformei os minutos em horas, o simples momento de excitação em uma imensidão de momentos repletos pela certeza de que eu preciso de você para sempre. Eu preciso de você porque eu conheço todas as suas vontades e amo todos os seus defeitos. Até aqueles defeitos mais irritantes, como quando você esquece de colocar o celular para carregar ficando incomunicável por horas. Você me enlouquece, mas também me inspira só pelo fato de respirar. Ah, como eu gosto do seu cheiro, do jeito que você mexe o cabelo e de como você fica brava quando eu digo que você tá zoada mesmo quando você esta completamente maravilhosa. 


Queria que você soubesse que nunca fui o tipo de cara que acredita no amor. Não parecia ser algo que eu teria um dia, por isso, nunca me preocupei em amar alguém, ou em fazer coisas românticas para agradar esse alguém que eu amo. Mas amar você é algo natural, sinto-me pronto para te amar. Eu sou um homem abençoado, por ter uma mulher como você. Eu tenho sorte em ter ao meu lado mil mulheres em uma só, a mais safada e independente que eu já vi. Estou extremamente agradecido por ter esbarrado em você na saída do banheiro daquele bar caidinho que nós nos encontramos pela primeira vez, lembro que você ficou furiosa comigo e mandou que eu olhasse por onde andava. Naquele momento eu percebi que não importava por onde eu andaria, mas eu precisava trilhar esse caminho com você. Naquela noite você me ensinou que sim, o amor a primeira vista pode acontecer. E foi o que aconteceu. Não sei se foi seu perfume, sorriso, ou o seu olhar penetrante, mas de uma coisa eu tenho certeza; você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida. 

P.S.: Esse texto tem como autor principal o João Gonçalves dono do Meu lugar na Varanda. Na verdade essa é uma segunda versão do texto “Queria que você soubesse!”. Nós dois construímos Efeito Colateral como uma versão estendida desse textoEspero que gostem, porque eu estou tremendamente apaixonada.

Minimizando as feridas!






Lembra o quanto éramos perfeitos um para outro? Eu lembro, e morro de saudade dos sorrisos fáceis e das piadas sem graça. Estava tentando dormir, mas só consigo pensar em todos os nossos momentos juntos, estava lembrando a primeira vez em que te vi e pensei o quão “pegável” você era, é uma lembrança comprometedora. Outra lembrança comprometedora é a forma como eu conseguir o número do seu celular, – você não sabe e eu prometo que nunca irei contar –, e quando eu te liguei pela primeira vez eu estava cheia de coragem devido ao meu anonimato e foi por isso que sem rodeios confessei que estava super a fim de você, (quem se declara para um desconhecido por telefone? Prazer, essa sou eu!). E além do pensamento inapropriado, da ligação corajosa também enviei uma mensagem de texto com a letra da música Fico assim sem você, lembra? Espero que não, pois são inúmeras lembranças comprometedoras. Em minha defesa eu só gostaria de dizer que todas as minhas atitudes são justificáveis, pois naquela época eu era apenas uma adolescente perdidamente apaixonada, certo?


Nesse exato momento em minha mente memórias ressurgem como em um flash back, lembro-me de todas as promessas implícitas, todos os olhares carregados de segundas intenções. Lembro-me do seu cheiro, seu toque e como a temperatura aumentava quando você estava por perto. Definitivamente, éramos bons juntos, deveríamos ter nos casado e feito bebês lindos e inteligentes. Teríamos uma menina com o meu sorriso e um menino com o seu olhar. A menina teria a minha alegria, e o meu jeito amável de ver o mundo, enquanto o menino herdaria todo esse seu mistério e seria possessivo igualzinho a você. Porém, ambos seriam infinitamente amados, porque nós dois seríamos ótimos pais. Mas, infelizmente não nos casamos, não fizemos lindos bebês e não estamos juntos. O engraçado dessa história é que ainda somos perfeitos um para o outro, talvez esse seja o problema, somos perfeitos demais para ficarmos juntos.

Sabe qual é o meu maior arrependimento na nossa relação? Não ter traído você, ou não ter sido traída por você. Diante de tudo que já passamos nós fomos fieis, e esse é o meu maior arrependimento, pois ter sido fiel ao nosso relacionamento por tanto tempo foi um desperdício. Perdemos cinco anos das nossas vidas por causa dessa fidelidade. Durante esse tempo eu te avaliei, te julguei, te amei e te odiei, não necessariamente nessa mesma ordem. Tudo isso pra quê? Não estamos juntos, mas também não estamos separados. Nenhum de nós irá dizer adeus, não existirá nenhuma despedida entre nós. Tudo bem, isso não me incomoda, só sinto falta do início, daquela fase em que o relacionamento é uma novidade, e temos todo tempo e simplicidade do mundo. Sinto falta do estar junto por vontade própria, por querer estar junto, diferente de nós dois que estaremos sempre juntos pela necessidade do outro, por tudo que juntos construímos e compartilhamos, sentimentos e sensações indissociáveis.

É assustador o quanto é satisfatório saber que você continua aqui, na minha vida. E em breve seremos velhos e vida terá passado como em um piscar de olhos. Provavelmente as nossas prioridades não serão as mesmas de hoje, mesmo assim, independente dos acontecimentos futuros eu rezo para que você ainda esteja comigo, porque a melhor coisa que eu fiz na minha vida foi conhecer você, te querer foi apenas um detalhe, e entre deixar você ir, ou te amar, eu prefiro te amar. E querido não se preocupe eu nunca deixaria você cair, nós dois ficaremos bem, sem ressentimentos. Acredite, eu seria incapaz de lhe desejar algum mal. Eu sei que você se tornou o caminho mais fácil, me acostumei a te escolher na multidão de possibilidades. Sabe aqueles maus hábitos que todo mundo tem? Você era o meu, você é o meu péssimo costume. E durante todo esse tempo você permaneceu na minha mente, sendo o meu primeiro e último pensamento. Mas a vida não espera, ela segue em frente e eu preciso me desacostumar a pensar e amar você. Mesmo assim, procure na plateia, eu estarei sempre lá torcendo por você, siga em frente e arrase, pois você é o melhor, e sem querer Eu te amo pra caramba!


Í.N.T.I.M.O.S.: Um brinde a todas as amizades que resistem aos relacionamentos amorosos!



Uma grande dúvida na minha cabeça, será que um namoro, significa se afastar dos amigos? É possível namorar e ter tempo para os grandes amigos?

Ao observar alguns amigos que se envolveram em um relacionamento, para eles amizades já não existem, e aquela saidinha na sexta ou no sábado à noite para uma simples festinha ou colocar o papo em dia, depois de uma semana muito louca e cansativa, torna-se tão chata e banal, sem o ‘grande amor’.

É muito bom ver seus amigos felizes e amando, mas é super estressante, você marcar aquela velha saideira e seus amigos simplesmente falar que não vão, que não estão afim, que o namorado(a) não deixa, que ele(a) pode ficar chateado ou inventar qualquer outra desculpinha. Em que século essas pessoas vivem?

Talvez isso seja apenas um pensamento de um solteiro, mas grande parte das pessoas se sente assim, e acredito que antes de um grande amor, a amizade foi fundamental e às vezes até a ponte para esse relacionamento. Amar é muito bom, há quem diga que não, mas amar e ter tempo para os amigos é divino. Tem a minha admiração e respeito às pessoas que sabem dividir o seu tempo.


Liz

Sobre a autora: Liz é um Pseudônimo, a autora optou por manter o seu nome privado. Gostaria de lhe agradecer pela sua ilustre participação, muito Obrigada Liz pelo seu ótimo texto seja sempre bem vinda!

ENCANTO VIII: Palavras dela!

Eu: Florbela Espanca.
Ele: Charles Bukowski.



Estava pensando em tudo que eu já vivi, estava pensando em todas as minhas péssimas escolhas, lembro-me da minha angústia, das minhas feridas e quão estragado o meu coração estava. Lembro-me de todas as lágrimas silenciosas que eu derramei durante as madrugadas. Lembro-me das noites escuras e chuvosas, lembro-me da solidão, da minha cama vazia e do frio que congelou o meu coração. Lembro-me da desilusão, do sabor amargo do fim. Lembro-me que desde então eu estive sozinha, desde então eu jurei nunca mais amar ninguém, até conhecer você. E você deveria ser apenas mais uma aventura, mais um cara qualquer, mas felizmente você é um cara diferente de todos os outros caras. E eu não consigo negar que essa sua timidez é coisa mais quente e sexy que um homem poderia ter. – E quem você pensa que é para chegar assim bagunçando o meu coração?

E todas aquelas memórias ruins que eu sempre fiz questão de não esquecer, todas as lembranças ruins que eu uso como armadura contra futuros relacionamentos não surge nenhum efeito com você, e nenhum aviso de perigo será capaz de me manter afastada de um cara igual a você. E não é simplesmente por causa do seu porte físico, que por sua vez, é motivo suficiente para ignorar qualquer aviso ou restrição, mas sim, por causa do seu jeito cortês, calmo e bem intencionado. Porque você é um cara doce, engraçado, decente e muito discreto. Você é extremamente reservado, de uma maneira que torna o seu sorriso raro e bastante sedutor. E a sua voz é firme e tranquila, o que torna qualquer diálogo contigo muitíssimo agradável. E como se todas essas qualidades não fossem suficientes, você ainda possui uma forma positiva de enxergar a vida.

Confesso que você é o homem solteiro mais atraente que eu já conheci. Confesso também que eu possuo inúmeras cicatrizes, o que faz de mim uma pessoa não namorável, mesmo assim, eu namoraria você sem sombra de dúvida. Mesmo diante da possibilidade de cometer todos os meus erros novamente, mesmo correndo o risco de fazer as piores escolhas possíveis, como por exemplo, me apaixonar por você. Mesmo que eu me machuque novamente e multiplique todas as minhas incuráveis feridas, mesmo assim, eu namoraria você sem sequer pensar duas vezes, porque eu sei que você merece todos os riscos. E é desconcertante saber que você não quer um relacionamento, é inacreditável saber que você nunca acreditou nessas histórias de amor, nunca compreendeu todos essas demonstrações de afeto. Eu fico penalizada, de verdade, porque quando eu olho para você, eu vejo tudo que juntos poderíamos construir.

E talvez você nem faça o meu tipo, afinal, eu não consigo identificar nenhuma similaridade entre nós. Você é reservado, o que é muito bom, na verdade, você é reservado e discreto, o que é ainda melhor. E eu sou extrovertida, e totalmente exposta, aliás, eu tenho um blog no qual exponho minhas intimidades. Mas, talvez os opostos realmente se atraem, eu não sei, mas sei o quanto você é lindo, e posso afirmar com total convicção que você é um negão de tirar o chapéu. E a última coisa que eu quero é perder tempo fazendo jogos, afinal, ambos sabemos que todas as probabilidades apontam para o nosso fracasso, porém, ambos sabemos também o quanto somos bons juntos, a combinação imperfeitamente perfeita, o casal ideal. E quando estou com você, eu vejo você, eu te enxergo e isso faz com que eu esqueça o quanto o meu coração esta danificado, você me faz esquecer todas as minhas feridas mal cicatrizadas.

E é bem provável que eu esteja louca, mesmo assim, eu acredito em nós. Eu estive por aí, sozinha, sem ninguém, e eu me sentia tão perdida. E com certeza não somos perfeitos, pelo contrário, carregamos bagagens demais, e estamos machucados demais, mas, antes de encontrar você eu não sabia os efeitos que um sorriso tímido podem me causar, eu não sabia como apelidos bregas podem ser fofos e apaixonantes. Antes de encontrar você eu não conseguia lembrar o quão incrível é ficar a madrugada inteira acordada, ou, passar o dia inteiro com um sorriso bobo estampado no rosto. Antes de encontrar você eu tinha colocado todos os sintomas bons do amor em uma caixa e enterrado em algum lugar obscuro. Você me fez repensar as minhas escolhas, despertando assim, o melhor que há em mim. E desde então, as minhas demonstrações de interesse por você se tornaram indisfarçáveis.


Inspiração: Meu grande amigo Bob Wilson II. Te amo!

Caindo em queda livre!



Ninguém compreende o jeito como eu sempre me senti segura com você, ninguém entende como os nossos planos não deram certo. Ninguém sabe o efeito que o seu toque tem sobre a minha pele. Ninguém sabe o quanto eu amei você. Ninguém sabe como você faz o meu mundo girar. Ninguém sabe como a sua voz é meu som preferido. E sinceramente, ninguém deveria saber, ninguém deveria saber o quão louca eu sou por você. Mas eles sabem, eles sabem que durante todo esse tempo eu acreditei que eu não iria precisar de paraquedas, pois eu tinha você, e com você eu sempre estaria segura, porque você nunca me deixaria cair, você iria me pegar, iria me segurar, no entanto, você me deixou cair e eu flutuei em queda livre.
                

Durante a minha queda não houve pânico, medo ou desespero, eu estava absolutamente concentrada, paralisada, enfim, incrédula. Você me deixou cair, simples assim, você não fez nada para impedir a minha queda. E diante dessa experiência inesperada eu não conseguia deixar de pensar naquela sua frase que eu já ouvi inúmeras vezes e mesmo assim, vive ressurgindo diariamente na minha memória, eu não conseguia me impedir de ouvir o som da sua voz grave e profunda dizendo: – eu estou aqui para você, eu estou aqui para você, eu estou aqui para você, eu estou aqui para você... E essa frase ficava se repetindo em minha memória constantemente, afinal, você disse que estava aqui para mim, que sempre estaria aqui para mim, mas você mentiu.

A sua mentira deveria causar algum dano, despertar algum sofrimento, porém, essa frase nunca foi o que eu gostaria de ouvir, nunca foi o que eu esperava ouvir. Porque eu não quero alguém que precisa ficar, eu quero alguém que escolha ficar. E a sua voz grave e profunda deveria ter dito: – eu estou aqui por você, eu sempre estarei aqui por você. Parece besteira, no entanto, entre um Por e um Para existe uma imensidão de sentimentos contraditórios. E se você estivesse aqui por mim, você nunca teria me deixado cair, e você saberia que eu não precisava da sua ajuda e por isso não iria tentar me levantar. No entanto, o Para nos remete a necessidade de ajudar ao outro obrigatoriamente, diferente do Por que não se faz presente por obrigação, mas sim, porque quer ficar.

É importante lembrar que são as pequenas partes que compõem um todo, mas não o define. É necessário olhar atentamente para o quadro geral, é preciso ler o livro inteiro e não apenas resumos ou resenhas sobre a ideia principal. E o quanto antes compreendermos que eu estou aqui para você não é o mesmo que eu estou aqui por você, melhor. Porque eu quero estar com alguém que queira estar comigo. Eu quero estar com alguém que valorize o quão sexy, inteligente, e bem-humorada eu sou. Eu quero estar com alguém que valorize a mulher que eu sou. Uma mulher de verdade, cheia de defeitos e que precisa urgentemente de lentes de contato. Uma mulher que não veste tamanho 36, não é vegetariana e que odeia fazer trabalhos domésticos. Eu quero estar com alguém que respeite a minha liberdade, que não censure o meu short curto ou o meu decote. E esse alguém nunca foi você.


Í.N.T.I.M.O.S.: Todos os homens são iguais?



 Homens são como carros, todos saem sempre iguais das fábricas, mas quando começam sua jornada vão se diferenciando por cada arranhão, amassado ou descuido de cada dono; e no final cada carro tem as mesmas semelhanças, mas cada um percorreu caminhos diferentes e situações adversas. E assim somos nós! Saímos dos nossos berços e no decorrer dos nossos caminhos, nas trajetórias das nossas vidas, nos tropeços e acertos, com os descuidos de nossas parceiras (os), através de cada "amassado" ou "arranhão" que adquirimos em nossos corações, estes acaba nos moldando. Mesmo assim, no final das contas somos taxados como iguais, porém,  nada é exatamente igual. Algumas coisas mudam, e na maioria das vezes nada é mais como era antes.


Ricardo Belini
Sobre o autor: 22 anos, estudante, Cursa Geografia, no IF Baiano – CAMPUS SANTA INÊS, apaixonado por música eletrônica, mulheres, carros e detesta futebol e Fotografia. Entre tudo isso sempre tem um tempo pra filosofar, e mostrar seu ponto de vista perante uma sociedade, que cada vez mais é consumista, capitalista. Sociedade que apenas visa o luxo e a riqueza, benefícios que todos almejam, porém, muitos nunca irão alcançar. Frustrado com alguns relacionamentos, mas com eles é possível tirar algumas conclusões sobre o que as mulheres pensam de nós homens e sua mais famosa generalização.

Eu te quero agora, não ontem ou amanhã!



Desculpa essa minha lerdeza, eu não identifiquei os sinais implícitos que você fez questão de me enviar, eu não percebi o seu interesse exposto de forma clara em todas as suas palavras não ditas e em todos os olhares trocados entre uma aula e outra. Desculpa essa minha mania de viver estagna com medo de sair da minha zona de conforto, apenas por temer as feridas que o mundo lá fora pode me proporcionar. Desculpa essa minha cegueira, é que quando o assunto é você eu sempre faço questão de não enxergar, não criar falsas expectativas, e é por isso, que essa visível tensão só se tornou visível aos meus olhos agora, apesar dela estar entre nós o tempo todo.

Desculpa se eu resolvi te querer justo agora, justo quando você não acredita mais tanto em nós quanto acreditava antes. Mas agora eu acredito, eu acredito em você, em mim e principalmente na possibilidade de um nós, e ambos podemos permanecer assim, sem correr nenhum risco, sem nenhuma perspectiva de mais, no entanto, saiba que eu te quero agora, não ontem ou amanhã. O futuro é um território desconhecido e extremamente perigoso, e é impossível prever quais resultados virão de uma ação, porém, sem nenhuma ação, não existirão resultados.

Sinceramente, eu não sei quais são as palavras certas para te dizer, eu não sei como explicar o que eu sinto, e com certeza não irei fazer disso um drama, mas, eu prefiro arriscar. Apesar de não saber, ou melhor, justamente por não saber, eu prefiro correr riscos e é por isso que eu aposto todas as minhas fichas em nós. Confesso que eu não quero corações e flores, declarações de amor, demonstração de afeto em público, ou quaisquer outros tipos de amarras, eu não quero nada disso, nada de relacionamento sério, nenhum namoro por status. Eu simplesmente quero você, apenas você, você e ponto, sem reticências; Eu quero o seu toque, esse seu sorriso misterioso, esse seu abraço quente e confortável que me faz tão bem. Eu quero sua leveza, e todas as possibilidades que você carrega no seu olhar, eu quero a sua positividade, eu quero estar perto de você o suficiente para sentir o calor do seu corpo e o cheiro do seu perfume e me perder completamente em você.

Garoto, eu te quero! Eu estou admitindo em alto e bom som, EU TE QUERO. E eu admito que eu não sabia o quanto que te queria, até agora. Admito que eu não sei como lidar com esse querer você. Admito que eu ainda sinto uma enorme vontade de fugir, eliminando toda e qualquer possibilidade de ter você. Admito que esse medo e esse desejo, essa vontade e essa insegurança, enfim, todos esses pensamentos sobre um possível nós estão me consumindo, me corroendo. E eu sei que somos incerteza e palavras não ditas, somos os olhares disfarçadamente trocados, somos possibilidades e suposições, sim, somos medo e desejo, mesmo assim, por alguma razão desconhecida eu quero você.



Um brinde ao nosso fim!



“Finais são difíceis, qualquer pessoa pode escrever um começo, mas finais são impossíveis. Você tenta unir todas as pontas soltas, mas nunca consegue, os fãs sempre vão reclamar, e sempre haverá buracos, e como é o final deveria significar alguma coisa, pelo menos é o que eu acho. Eu estou dizendo finais são sempre um saco. Sem dúvida, finais são difíceis. Mas afinal, nada acaba realmente não é? ”
(Chuck Shurley, Supernatural)


Final de relacionamento é F***. Na verdade, o fim costuma ser ruim, a maioria deles são ruins, ruins mesmo, muito ruins, principalmente os finais das novelas da rede globo. Sinceramente, o telespectador passa meses assistindo uma novela, cria inúmeras expectativas, se martiriza por não saber quem matou Odete Roitman, e no final descobre que o Laerte de “Em Família” morre sem ficar nem com a Helena e nem com a Luiza, depois de todas as brigas e do escândalo devido ao fato da filha (Luiza) se apaixonar pelo ex-amor da própria mãe (Helena). Como é possível o Laerte, motivo de todo o desentendimento morrer? E logo após ele se casar com a Luiza, destruindo o pobre coração da Helena – isso parece sensato? Não, não parece! E essa falta de sensatez perpassa pelos finais dos relacionamentos, e tentar compreender como os “felizes para sempre” não duram para sempre é tão desesperador quanto descobrir se existe vida em Marte.

O fim de um relacionamento é tão ruim quanto Plutão deixar de ser um planeta, deixando a frase: Maria viu Teresa morta já sem unha nos pés, sem pés e sem Plutão. Enfim, sempre usei essa frase para lembrar o nome dos planetas na hora da prova. Outro final que me incomodou um pouquinho, é o fim oficial do Orkut, apesar de não usá-lo já faz quase dois anos a confirmação do seu fim despertou certa nostalgia. O The End possui essa característica própria, ele desperta saudades, lágrimas, sensações desagradáveis enfim, o The End é o monstro da atualidade, igual às bruxas más dos contos de fadas, como no caso da Branca de Neve, da jovem Rapunzel, ou ainda da Bela Adormecida. O The End é igual ao Voldemort, o inimigo mortal de Harry Potter. O Scar da história "O Rei Leão", que faz de tudo para que o seu sobrinho Simba não assuma o trono como rei da selva. O The End é um vilão igual ao Coringa (maior inimigo do Batman), ele usa roupas coloridas e uma maquiagem que o faz parecer um palhaço, porém, ele é um vilão bastante inteligente, e completamente insano.

E a palavra do game show da RedeTV, Mega Senha é: – Palhaçada! Essa é a melhor definição para o término de uma relação, uma completa e desgostosa palhaçada, não pense que eu estou zombando da dor alheia, não é isso. No entanto, essa é a primeira palavra que surge quando percebemos que o nosso castelo esta desmoronando, e então só nos resta rir e agir como se tudo não passasse de nada, ou melhor, agimos como se o término não fosse algo que deve ser levado a sério. O Coringa transmite essa mesma impressão com os seus cabelos verdes, sua pele branca e a sua boca vermelha que esbanja sempre um sorriso. Ele parece algo, ou melhor, alguém que não deve ser levado a sério, como se ele não fosse um psicótico que constantemente desafia o Batman lhe provocando grandes traumas, tais como: deixar a Batgirl paralítica e matar o Robin.

Não seria o The End também um psicótico? Ou será que eu estou complicando tudo, fazendo uma verdadeira bagunça, tornando esse texto uma completa desordem? Mas, não é essa a realidade de um final de relacionamento? O objetivo não é justamente desorganizar, ou melhor, colocar em ordem toda essa bagunça? Creio que sim, porém, diante do fim, nada parece fazer sentindo, nada parece ter importância. Compreender um término é tão confuso quanto saber que a raiz quadrada de zero é zero, e é por isso que diante de uma questão de múltipla escolha é comum optarmos justamente por aquela alternativa que afirma que a raiz quadrada de zero é um. Parece besteira, no entanto, fazer escolhas erradas é bastante comum, e essa escolha não significa que você é menos inteligente, pelo contrário, cometer erros é algo natural. Só nos resta esperar que os erros nos permita aprender, nos sirva de lição.

E quanto às reclamações? Tudo no devido tempo! Não é porque um cara não foi o certo para você que ele será sempre o cara errado, acredite, ele não será errado para todas, assim como você também não. Existe um mundo lá fora, e uma imensidão de futuros relacionamentos, se permita! E saiba que outros caras legais irão surgir, e vocês irão começar uma história incrível, e novamente ele não será o cara certo para você. Sendo assim, o fim não deveria parecer tão ruim, encerramentos, términos, conclusões não deveriam ser associadas à perda, e provavelmente o medo do fim não deveria ser comparado a uma doença incurável. O seu namoro pode está sentenciado a pena de morte, porém, mesmo que você esteja no corredor da morte não esqueça que é ele, (o seu namoro), que esta prestes a morrer, não você, não a sua capacidade de amar. Portanto, não morra com ele, pois, inevitavelmente outros amores virão.

E mesmo com todo o sofrimento, apesar do mundo não parecer real ou um lugar bom nesse momento, nada justifica toda essa tristeza e desespero, nenhum argumento é bom o suficiente para denominar uma fase natural da nossa vida como: “período do Luto”. Com certeza não deveria ser assim, o fim não deveria ocorrer dessa maneira, pois verdadeiramente ninguém esta morrendo. Um paciente com câncer em estágio terminal após anos de quimioterapia possui motivos para estar de luto, e mesmo assim, são inúmeras as pessoas que optam por viver o tempo que lhes restam. Por isso, eu sou a favor de uma festa de encerramento, semelhantes às festas de final de ano, porém, sem a árvore de Natal, as músicas lentas, ou “amigo secreto”, é isso mesmo, sem lágrimas, lamentações ou corações partidos, na verdade o único coração em destaque será o enorme Coração Espelhado grudado ao teto utilizado como iluminação. Sugiro a contratação de um DJ, pois uma boa festa é feita com boa música. Máquina de fazer fumaça artificial parece uma ótima ideia, assim como, aquela bola maluca colorida giratória profissional com turbo led.

Diante de todo esse completo desalinho, todos esses sentimentos fora de ordem – façamos um brinde! Um brinde ao nosso fim, pois, ele é a confirmação de que antes de chegarmos ao fim tivemos um inicio. E o nosso inicio é a certeza de que finais nem sempre significa o fim. E nessa altura do campeonato, depois de tudo que vivemos, todos os momentos mais íntimos compartilhados, os prós e os contras não fazem a menor diferença. Depois de todo esse tempo de relacionamento, toda essa história, toda a Nossa História, é impossível não celebrar, é irracional não comemorar. Um brinde aos nossos sorrisos bobos, aos filmes legendados que apesar de você odiar sempre assistiu comigo. Um brinde as madrugadas compartilhadas, e as comidas caseiras que você adorava cozinhar. Um brinde a você e a mim pela nossa jornada juntos, e por tudo que aprendemos um com o outro.

Um brinde ao nosso fim, pois, apesar dos altos e baixos, das idas e vindas, do certo e do errado, da alegria e da tristeza, enfim, entre o bem e o mal nós ultrapassamos as barreiras que deveríamos ultrapassar, e é por isso que hoje estamos aptos a trilhar novos cominhos, estamos preparados para redigir nossa própria história, dessa vez separadamente. E sim! Não será uma tarefa fácil, mas, não são os finais sempre os mais difíceis?



Í.N.T.I.M.O.S.: A felicidade de um amor correspondido!


Existe sensação melhor do que amar e ser correspondido à altura? Essa é a minha grande dúvida, mas tenho a minha resposta. Não existe, pois ninguém consegue ser feliz sem ter um alguém pra amar, cuidar, dá carinho, confiar, se aventurar nas suas loucuras, brigar, fazer birra feito criança, contar os segredos e mesmo assim, o outro está sempre presente, se preocupando, torcendo pra tudo dá certo, pra sua felicidade, pra ter mais juízo, atenção, para abrir seus olhos sobre certas amizades, para fazer rir e sorrir, se sentir amada, realizada e mais apaixonada do que nunca.

É com ele que me sinto assim, e sei que ele sente o mesmo ou até mais, sei por que sinto e ele demonstra da melhor forma possível. Não preciso de outro alguém se tiver ele, poderia ficar o dia todo o admirando, parada só o ouvindo falar e cantar pra mim, rindo feito uma boba, mas amar é isso, se entregar sem medo e sem cobrar nada ao outro, apenas deixar tudo acontecer naturalmente, sem pressa.

Acredite no amor e no amor da sua vida, ele existe sim e deve esta esperando o momento certo para se encontrarem, mas primeiro se ame de verdade e creia que alguém é capaz de amar a sua imperfeição e que você é inteiro e precisa de uma pessoa inteira ao seu lado.

Pra ele deixo apenas um trecho dessa música: “Um anjo do céu, que trouxe pra mim, é a mais bonita, a joia perfeita. Que é pra eu cuidar, que é pra eu amar.”


– Não escolhemos o amor, é ele que nos escolhem. Ame quem te faz bem!


Liz 
Sobre a autora: Liz é um Pseudônimo, a autora optou por manter o seu nome privado. Muito Obrigada Liz pelo seu ótimo texto e pela sua participação no Íntimos!