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Dispa-me VII: Armário Aberto!


Confesso que não sabia como denominar aquele sentimento, seria amor ou interesse sexual? Não soube na época, temo que continuo sem saber, apenas sei com total convicção que aquela atração era inusitada e constante. Porém, mantive o meu desejo silenciado durante um ano inteiro. No entanto, ao completar 16 anos decidi ingressar em um grupo de teatro. Meu sonho naquela época era ser ator, mas não aconteceu. Através do grupo de teatro conheci a primeira pessoa assumidamente gay, o primogênito, estabelecer contado se tornou um misto de curiosidade e empolgação. Por causa dele, compreendi o que é a homossexualidade, pois, ele era professor, ator, gay e uma pessoa extremamente carismática e normal. Fiquei extasiado ao perceber que não existia nada de errado, (anormal), em ser gay, antes dele o preconceito que a mim fora imposto me colocava à margem da normalidade e do correto.

Mesmo diante de toda aquela empolgação continuei receoso e contido. Passei os próximos 365 dias ignorando o fato de que eu era homossexual, eu sabia, mas não estava pronto para falar, ainda.  Quando completei 17 anos, o meu melhor amigo me presenteou com a revelação de que era gay. Creio que ele não desconfiava que eu era gay também, por isso, acreditava que eu ficaria chocado. E realmente eu fiquei, pois, não imaginei essa possibilidade, no entanto, optei por guardar o meu choque apenas para mim, não demonstrei nenhuma reação alarmada. Na verdade, por dentro estava contente, aquele seria um passo importante para mim, tê-lo como exemplo e alicerce. Através dos olhos do meu melhor amigo comecei a enxergar e compreender minimamente o mundo que nos rodeava.

Recentemente percebi que eu sempre soube a existência dessa possibilidade. Não premeditei, apenas aconteceu, porque era para acontecer. Mas, no início não conseguia entender o que estava acontecendo, por isso, por algum tempo simplesmente ignorava, não aceitava. Tudo aconteceu gradativamente... Quando eu tinha 15 anos comecei a achar um rapaz da escola muito interessante, interessante demais. Não conseguia parar de olhá-lo e até sonhava com ele, mas, reprimia esse interesse, tentava mantê-lo o mais longe possível dos meus pensamentos. Procurava manter minha mente ocupada e a minha atração contida.

Certo dia, (devido a sua timidez), resolvi ajudá-lo a conquistar um carinha por quem há algum tempo ele andava suspirando. A situação foi bastante embaraçosa e engraçada. Nesse mesmo ano, após a missão cupido, cogitei a possibilidade de ser bissexual. Durante dois longos anos me agarrei a essa possibilidade. Afinal, ainda não havia ficado com ninguém do mesmo sexo. Permaneci ficando apenas com meninas e quase namorei uma. Eis que no auge dos meus 19 anos eu estava afim de uma menina que fazia o curso de teatro comigo e ela também estava super afim de mim. Iríamos participar de um festival de teatro em uma cidade vizinha, e lá eu pretendia ficar com ela, porém uma semana antes do festival ele apareceu e alterou todos os meus planos.

Estava acontecendo na cidade vizinha um Festival de Teatro e o grupo do qual eu fazia parte iria se apresentar. Pretendia ficar com ela durante esse festival, porém, uma semana antes do festival o cara misterioso com quem eu mantinha uma relação exclusivamente virtual decidiu aparecer. Diariamente nós conversávamos pelo MSN, ele me deixava louco, o meu desejo era tão grande que não conseguia tirá-lo do meu pensamento. Acabei me apaixonando por aquele ilustre desconhecido sem nunca sequer ter visto uma foto sua. Eu não sabia quem ele era, mesmo assim, durante a viagem não conseguir ficar com a Simone. Ela reagiu super mal a minha negação perante as suas investidas, por isso, expliquei que não conseguia ficar com ela, pois, estava interessado em outra pessoa, um homem.

Compartilhar com ela a minha possível homossexualidade foi libertador, apesar dela não ter se sentido melhor com a minha revelação. Depois que ela compreendeu que não se tratava dela, mas sim de mim, ela me deu força, me estimulou a saciar o meu desejo. Talvez por causa disso, após retornamos para cidade, decidi conversar com o misterioso cara do MSN, marcamos um encontro para finalmente nos conhecermos. Ele era um rapaz alto, dono de grandes olhos verdes e tímido. Durante esse encontro conversamos bastante e por fim quase nos beijamos, porém, o primeiro beijo só aconteceu após três maravilhosos encontros. O primeiro beijo foi bom, no entanto, foi muito estranho, pois, eu estava nervoso, não sabia o que fazer com as minhas mãos.

Aquele foi o melhor beijo da minha vida, eu estava no meu limite após três encontros sem nada acontecer, nunca havíamos nos tocado, aquela relação estava se tornando uma amizade. E essa possibilidade me deixou apavorado, pois, não iria entrar para “friendzone”, (zona de amizade). E então em um momento estávamos ali sentados naquele banco encarando um para o outro, conversando tranquilamente e no momento seguinte em um misto de desespero e fome eu o agarrei pelo colarinho e o puxei para um beijo, imagino que aproximadamente quinhentas pessoas estavam transitando por aquela praça, mas o beijo era tão incrível que não nos preocupamos, só depois que separamos nossos lábios ficamos bastante apreensivos, afinal nós estávamos nos agarrando em uma praça pública como dois adolescentes apaixonados. Mas, realmente estávamos perdidamente apaixonados e o segundo beijo foi ainda mais perfeito.

Depois desses encontros começamos a namorar, (tudo aconteceu muito rápido ente nós), estávamos em sintonia e tudo foi acontecendo naturalmente. Tínhamos urgência, fome um do outro. Nossa história quase rendeu um livro de romance, mas, definitivamente esse livro não teria um final feliz. O nosso relacionamento acabou muito rápido, (com a mesma rapidez que começou), eu não estava pronto para ficar longe dele, porém, nós tínhamos sido o primeiro um do outro e ele queria saber o que a vida reservava para ele. Ele colocou um fim na nossa história, pois, a sua necessidade de se descobrir, de conhecer outros caras e adquirir outras experiências era maior que um relacionamento monogâmico.


No início fiquei arrasado com o nosso término, sofri para caralho, mas conheci outro cara, que a princípio eu odiava, a gente começou a ficar, percebi que ele não estava pronto para nenhum tipo de relacionamento fechado, por isso, assumimos uma amizade colorida. Éramos "amigos com benefícios", sem nenhuma cobrança emocional, meu coração não acelerava por ele como acontecia com o André, mesmo assim, foi bom enquanto durou. Nós nos separamos algum tempo depois, mas a experiência foi fundamental para que eu compreendesse que o ‘meu’ cara misterioso do MSN quis experimentar e me sentir aliviado por ele não ter ficado preso em uma relação que, (em longo prazo), o faria infeliz. 

[+18] DISPA-ME VI: Mulher Insaciável!



Mãos, língua, amassos, beijos, toques, suspiros, gemidos, calafrios, suor... Você em mim, mapeando cada detalhe, desvendando cada contorno, percorrendo todas as curvas, me queimando gradativamente. Você suave, constante, faminto, inconsequente, selvagem. Você misterioso, determinado, sexy, intenso, inflamável. Eu e você compomos uma obra de arte.


Sexo é entrega. Essa foi à primeira lição que eu aprendi sobre o sexo. A pessoa pode idealizar todo o ato, imaginar como será até os mínimos detalhes, mas, no momento exato, após despir tudo, ou quase tudo, sexo é entrega. Sexo é doar-se plenamente ao momento, permitir-se. Sexo é troca, troca de experiência, prazer, carícias. Naquele momento, nua, você pode ser tudo, a mulher mais segura e atraente. O poder que o sexo proporciona é incrível, você pode ser quem você quiser, realizar qualquer performance. Sinto-me poderosa na cama.

Sexo é uma área confortável da minha vida, faço tudo. Não tenho pudores nem nojo. Adoro fazer sexo oral, até o fim. Sinto o meu poder ao satisfazer meu parceiro, naquele momento, tenho total controle da situação. Os ritmos são meus, a intensidade, a velocidade, sou eu quem está no comando e o olhar perdido que eu recebo me deixa ainda mais excitada. Porém, excitante é o desejo que desperto ao me masturbar. A masturbação torna-se mais saborosa quando tenho olhos atentos em mim.

Ceder o controle também é muito prazeroso. Gritar por desespero devido ao gozo iminente, choramingar para que o parceiro aumente o ritmo. Gemer alto e falar pornografias, tais como: – Mete com força. Mais rápido. Me fode. E por fim, perder o pouco pudor que ainda resta ao ouvir o autoritário: – Goza para mim. Não existe comando mais eficaz. Não consigo resistir, gozo como se a minha vida dependesse disso, gemo alto, liberto todas as minhas frustrações.


Confesso que sou uma Mulher Insaciável, não sou uma maníaca sexual. Gosto de sexo, mas, realmente gosto de como em me sinto durante o sexo. Quando ouço o meu nome sendo sussurrado em misto de prazer e desespero, sinto-me uma mulher desejada, também gosto da perda de controle, ser provocada, contemplada. Sempre achei que eu fosse frígida, ruim de cama, já transei oito vezes com o mesmo cara durante seis horas de motel. Queria provar algo para mim, para ele, para o mundo. Depois disso, percebi que esse é o único lugar onde me sinto segura, na cama.

DISPA-ME V: Vermelho Pimenta!


“Algumas mulheres são mais carinhosas, outras são mais fogosas. Infelizmente, nem sempre elas são amorosas. Mesmo assim, eu busco a essência de cada mulher, gosto da delicadeza feminina, o toque, o cheiro... Procuro evidenciar a particularidade de cada mulher, busco enxergar os pequenos detalhes. Dessa maneira eu apreendi que cada mulher é um “tipo” de mulher, cada mulher é dona de uma alma singular. E cada uma dessas almas se encaixam de alguma maneira na minha vida. Enfim, acredito que todas as mulheres possuem um objetivo em comum: cada uma delas querem pelo menos uma vez na vida ser desejadas, amadas de forma plena e verdadeira.” (I.C.F)


Não lembro muito bem os acontecimentos da noite em que eu te conheci. Somente fragmentos ressurgem na minha memória. Tudo aconteceu tão naturalmente, que eu não me preocupei com nada, além de te sentir. Eu estava tomando uma cerveja, quando começou a tocar a música Titanium do David Guetta com a Sia. No mesmo instante, você entrou na pista de dança. Lembro-me do seu vestido preto, curto, colado o suficiente para evidenciar todas as suas belas curvas. [...] O movimento do seu corpo chamou a minha atenção imediatamente, o que me fez pensar: – Garota, espero que você esteja procurando problemas, pois acabará encontrando alguém perigosamente disposta a lhe oferecer. Poderia te observar durante a noite inteira, observar a maneira poderosa que o seu corpo se contorcia, a delicadeza na sua expressão. O seu rebolado dizia que você sabia perfeitamente o que estava fazendo, tinha consciência do efeito que estava causando, não só em mim, mas em todos os olhares atentos direcionados a você. [...]

A minha intenção era simplesmente te observar, rogando para que a sua dança durasse a noite inteira, pois ela transmitia uma mensagem que eu estava precisando. Os seus movimentos exibiam uma liberdade que eu almejava, Se você não estivesse dançando pra mim, daquela forma, a minha noite teria sido mais fácil. Pois quando eu saí de casa não imaginei que iria encontrar alguém, muito menos você. Não planejei fazer nada do que acabei fazendo depois que você se aproximou do balcão e pediu uma dose de tequila. Não resisti, sorrindo timidamente eu balbuciei:
 – Parabéns, ótima dança! Você me encarou de maneira curiosa e com uma expressão interrogativa se aproximou um pouco mais de mim e respondeu:

– Ah... Quanta gentileza sua, muito obrigada!

 – É impressionante como o seu corpo desliza facilmente nesse clube lotado. Desabafei com entusiasmo. Demorou alguns segundos para você processar o meu segundo elogio, por fim, respondeu sorrindo:

 – Obrigada novamente. Posso lhe oferecer uma bebida?

Nesse instante parei de beber a minha cerveja para me concentrar em você. Te observei por um tempo, te avaliei indiscretamente e respondi:

 – Não, não posso aceitar a bebida de alguém que acabou de dá um show, tornando esse ambiente mil vezes melhor, mas adoraria lhe oferecer uma bebida como sinônimo de agradecimento em nome de todos que aqui se encontram. Sua expressão dessa vez foi gentil, ao mesmo tempo misteriosa.

 – Então, o que você irá beber? Perguntei entusiasmada.

– Permanecerei com a tequila, preciso ficar animada. Respondeu pensativa.

 – Dia difícil? Perguntei com uma real preocupação.

– Não, vida difícil! Respondeu chateada.

– Sinto muito. Eu realmente sentia, mas por falta de palavras melhores capazes de demonstrar o meu incômodo falo apenas “sinto muito”.

 – Eu também sinto. Sinto que fui uma idiota, por isso, preciso dançar. Mas, o que você faz aqui?

– Hum... Acho que eu preciso dançar também. Mexer o meu corpo de uma maneira que me faça esquecer os problemas.

 – Quer dançar? O seu convite era sincero.

– Com você? Minha voz soou estrangulada;

 – Sim, comigo! Algum problema? Questionou desafiadora.

 – Não. Nenhum problema. Adoraria dançar com você.

Rapidamente você me arrastou para pista de dança, comecei a me movimentar inseguramente ao som de We Can't Stop da Miley Cyrus, até que as coisas entre nós começaram a ganhar um ritmo diferente. Nossos movimentos se completavam, o balanço do seu corpo se alinhava com o meu, como se estivéssemos ensaiando essa coreografia por um longo tempo. A música estava acabando, mas eu só conseguia pensar em como você estava transformando a minha noite em um inferno. A maneira como me olhava queimava a minha pele, como uma febre de 40 graus. O meu corpo reagia a você, convulsionava de desejo pelo seu corpo.

Paracetamol, Dipirona, Ibuprofeno, Aspirina ou Tylenol não iriam mascarar os sintomas que estavam causando essa febre. Eu precisava de você, não sei se apenas por uma noite ou se para minha vida inteira. Não fiz planos, nem promessas, simplesmente quis você.

Estava perdida na minha complexidade mental quando o DJ Tuca decidiu celebrar os cinco anos da música Give It To Me do Timbaland em parceria com a Nelly Furtado e o Justin Timberlake. Gritei de empolgação, você também estava animada e disse:

 – Eu amo essa música.

– Você é realmente uma caixa de surpresas. Falei com a respiração entrecortada.

 – Não, eu sou a Caixa de Pandora!

Percebi que estávamos compartilhando algo especial, consegui sentir toda aquela química solta no ar. Fechei os meus olhos com intuito de esquecer os últimos acontecimentos. Precisava esquecer a traição do meu ex, a minha raiva, humilhação e infelicidade. Mas fui surpreendida ao sentir a sua quente respiração no meu ouvido, porém foi a sua pergunta que realmente me surpreendeu:

– Quer abrir? Perguntou como se estivesse me oferecendo uma caixa de chocolate.

 – Abri o quê? Precisava ter certeza de qual era o teor da conversa.

 – Pandora. Sua expressão continuava sendo a de alguém que estava oferecendo chocolates.

Te olhei boquiaberta. Pensativa, quem recusa doces? Quem oferece doces? Interrompi meu devaneio e respondi; – Eu sou hétero, não fico com mulheres. A minha resposta não lhe ofendeu, sequer lhe incomodou.

 – Relaxa garota, não estou lhe pedindo em casamento, quero apenas um beijo.
Intencionalmente eu rezava mentalmente: Beije-me, beije-me, beije-me. Por favor, me dê um beijo, pois, nenhum remédio para febre irá diminuir a minha temperatura.

 – Eu não sei o seu nome. Os meus princípios não permitem que eu beije uma pessoa desconhecida. Falei na tentativa de ganhar um tempo para pensar...

– Isa, meu nome é Isa. E estou louca de vontade de você. Posso te beijar agora?

Precisava organizar os meus pensamentos, afinal, como poderia responder a essa pergunta? Sim ou não? Ela deveria me beijar? Eu deveria querer ser beijada por uma mulher? Mal terminei as minhas especulações, quando os meus lábios se abriram proferindo um desajeitado: – Sim!

Não demorou sequer um minuto para que eu sentisse os seus lábios nos meus. Suave, macio, quente, delicado e faminto. Faminto por mais, por mim. Fazia bastante tempo que eu não sentia tamanho desejo direcionado a mim. Eu era a água para a sua sede. Esse pensamento me deixava com água na boca.

O desajeitado beijo foi ganhando proporções desmedidas... Em um piscar de olhos suas mãos estavam por toda parte. Inicialmente pude senti-la na minha nuca, logo depois nos meus seios, na minha bunda. Eu precisava de mais, precisava sentir o seu toque lá, na parte mais intima do meu corpo. Essa necessidade fez com que as nossas roupas se tornassem um empecilho. As pessoas ao nosso redor eram telespectadores indesejáveis do meu desejo, da minha loucura. Logo percebi que eu precisava de privacidade, porque eu queria muito mais que só um beijo. Interrompi abruptamente o beijo e perguntei:

 – Minha casa ou a sua?

 – Sua casa. Não quero que você fuja silenciosamente durante a madrugada.

 – Além de me levar pra cama também está preocupada com a minha permanência nela? Quanto cavalheirismo. Respondi zombeteira.

 – O que eu posso fazer? Sou boa quando o assunto é mulher. Sei como mantê-las ocupadas e satisfeitas. Respondeu com pouca modéstia.

 – Isso é o quê? Alguma espécie de promessa?

 – Não, isso é uma certeza!

 – Ok. Então você irá me fazer implorar?

– Senhorita, antes dessa noite acabar você estará implorando...

Não sei exatamente o que aconteceu depois disso, pois a minha mente estava sobrecarregada. Lembro-me da sua sexy lingerie em um tom “vermelho pimenta”. Lembro-me dos meus gritos, gemidos, e os múltiplos orgasmos. Lembro-me do sol nascendo e aquecendo o meu rosto, do beijo de bom dia, do sexo que fizemos por causa desse beijo... Tomamos café da manhã juntas, assistimos algum programa bobo sobre culinária que estava passando na televisão, mas não prestei muita atenção, pois estava assistindo você... O seu sorriso discreto, a forma como você interagia com o chef de cozinha. Como discordava dos ingredientes, da receita em si. Você despertou em mim uma tara por você, pela sua paixão. Por essa paixão que você transmite ao me olhar, ou quando você descreve algo que realmente lhe empolga.

Inspiração: I.C.F

PLAYLIST: Dispa-me!


Costumo procurar inspiração para tudo que eu faço, e normalmente encontro em palavras aleatórias conteúdo suficiente para criar vários textos, mas quando a minha inspiração está, por alguma razão. bloqueada recorro as músicas. Por isso, para a Playlist de hoje, eu selecionei 30 músicas que me inspiraram na criação da Coleção Dispa-me. Espero que gostem.

Rihanna – Skin (Choreography)
SoMo – Ride
Beyoncé – Ghost
Vicktor Taiwo – Kiss You (cover)
Yaël Naïm – Toxic (cover)
PARTYNEXTDOOR – Wus Good / Curious
Marian Hill – Lovit
Ne-Yo – Lazy Love
Kadebostany – Crazy In Love (cover)
Timeflies – Ride
Becky G – Can't Stop Dancin'
Big Sean ft. Drake, Kanye West – Blessings (Explicit)
Jessie J – Masterpiece
The Weeknd – Earned It
Rihanna – Sell Me Candy
Bruno Mars – Gorilla
KADEBOSTANY – Castle in the Snow
Tove Lo – Habits
Beyoncé – Haunted
Nicki Minaj ft. Lil Wayne – High School
Afrojack ft. Wrabel – Ten Feet Tall
Sia – Elastic Heart
The Weeknd – Drunk In Love
Marian Hill – One Time
Beyoncé ft. Drake – Mine
Kylie Minogue – All The Lovers
Flo Rida ft. Sage The Gemini and Lookas – GDFR
MØ ft. Diplo – XXX 88
Mapei – Don't Wait
Carlão – Os Tais



DISPA-ME IV: Contrato Rasgado!


Ele: — Garota, você está brincando com fogo.
Eu: — Talvez eu goste de incerteza. — Respondi cheia de calor.



Não precisa fazer jogos comigo, não precisa prometer que irá ligar, não precisa agendar um jantar para próxima semana. Não quero nenhuma mensagem subliminar, sem promessas, certo? Porque eu não tenho nenhum interesse em conhecer seus pais. Você realmente não precisa dizer as palavras certas, eu não preciso ouvir um “eu te amo” sussurrado de maneira duvidosa após uma noite de prazeres compartilhados. Não tenta me iludir, ou, me conquistar. Sei que as pessoas tem o péssimo hábito de acreditar em qualquer mentira e terminam se apaixonando. Porém, eu não quero me apaixonar, eu troco o buquê de flores por uma garrafa de vinho, todas as falsas promessas pelas suas infinitas carícias que despertam inúmeras fantasias em minha mente. Faça isso, que eu prometo não lhe pedir em casamento. Não se preocupe em oferecer a chave da sua porta, eu não teria a coragem necessária para aceitar. Mas, se disser que me deseja eu estarei lá, se me ligar porque me quer eu irei atender, só não faz promessas, não cria caso, não inventa expectativas que nenhum de nós pretende cumprir.


Cara, você ainda não conheceu todas as facetas da minha personalidade, ainda não teve o prazer de conhecer o meu melhor. Mas existiu alguém que conheceu todos os meus medos, desejos, fraquezas e sonhos. Ele costumava preencher o vazio que existe em mim. Quando eu acordava assustada no meio da noite, tendo pesadelo sobre cair em queda livre a sua respiração era o único barulho que me tranquilizava. Diante do silêncio apavorante da madrugada ele me abraçava, afastando todos os meus temores. Sem perceber cada milésimo de segundo que eu convivia com ele me convertia em uma mulher perdidamente apaixonada. Acostumei-me a tê-lo cotidianamente em minha vida, acreditei em todas as promessas, até as mais absurdas. Despir minha alma, meu corpo, minha intimidade. Tirei tudo, minha roupa, meu medo, e por fim, a minha armadura. E ele descumpriu suas promessas, não respondeu conforme as expectativas, enfim, eu me machuquei.

Porém, é tarde demais para essas lembranças, eu e você não precisamos ter esse tipo de conversa, pois eu quero você, somente você, sem expectativas ou promessas. Não estou dizendo que eu te amo. Porque eu realmente não amo, isso que eu sinto por você é tudo, menos amor. Estou dizendo que eu não resisto ao jeito que me toca, que me enlouquece, que me tem. Eu não resisto à forma como um simples olhar seu consegue me despir por inteira. Essa adrenalina me excita, sentir o calor dos nossos corpos juntos é como causar um incêndio desastroso. Confesso que eu me acostumei a gozar em plenitude da sua companhia. Creio que o meu desejo, antes anestesiado, se acumulou no meu corpo despertando insaciável, pois, quando estou com você não existem regras, ou limites. Nada é importante, tempo, espaço, hora, lugar, situação, enfim, nada chama a minha atenção, nada é mais atraente. Com você eu não tenho motivos para contestar, afinal você é um banquete para essa minha fome.

Eu era a única que queria uma relação formal, queria ser parte da vida de alguém, mas essa deixou de ser a minha prioridade. Agora estou trabalhando na realização dos meus desejos, por isso, se você quiser calmaria, eu não posso lhe oferecer, mas caso queira diversão... Sua vida pode ficar bastante complicada caso decida se arriscar, pois, eu tenho uma placa em luz neon escrita problema, fica a sugestão. Tenho essa necessidade nua e crua de liberdade, sinto uma enorme vontade de me permitir, talvez, por isso, eu permaneço caminhando por aí, sem rumo certo e sem nenhuma pressa de me acomodar. Porque, depois que eu consegui a minha carta de alforria, me libertei de todos os cárceres, quebrei todas as correntes, abri todas as algemas e me tornei dona e titular do meu corpo não tenho nenhuma urgência em assinar nenhum contrato de posse.

DISPA-ME III: Segundas Intenções!



Estou em pé parada diante da minha cama vestida apenas com a minha toalha amarelo ouro. Não consigo escolher qual roupa usar essa noite. Coloco o vestido grafite, me admiro e desisto, ele é muito antissocial, não combina com as minhas expectativas para hoje. Opto pelo vestido preto básico, discreto, mas é o vestido na cor vinho que preenche todos os requisitos necessários. O decote V possui uma profundidade generosa, o que favorece além dos meus seios, também todas as minhas curvas. O meu reflexo no espelho torna a frase vestida para matar totalmente compreensível. Adiciono o meu sapato pump preto e dourado elevando essa produção para outra dimensão. Definitivamente, saltos deixam qualquer look casual inquestionavelmente sexy. Será que é realmente impossível acreditar que uma mulher seja capaz de si produzir para si mesma? Porque eu planejei cada mínimo detalhe, a escolha do meu batom ametista, – que atribuiu uma sensualidade na medida certa –, foi proposital, eu escolhi pensando em mim, no prazer que iria sentir ao ver o meu reflexo no espelho.


Entro no bar, procuro uma mesa com uma visão privilegiada, decido pela mesa treze, peço ao bartender a minha costumeira dose de Vodka Skyy. Começo a bebê-la tranquilamente, pequenos goles, sinto o calor enorme se apossar da minha garganta, saboreio o meu interior queimar lentamente, gosto dessa sensação de calor. Observo atentamente as pessoas ao meu redor, casais cheios de sorrisos, mulheres cercadas pelos seus grupos, não vejo nenhuma outra mulher sentada sozinha acompanhada somente pelo seu copo de bebida. Sei o quanto isso pode parecer solitário, triste e até mesmo uma atitude desesperada, uma mulher sozinha em um bar? Sim, mas diferente do que sugere a Helena Paige, às vezes quando uma garota entra em um bar ela quer apenas beber, sem ninguém para atrapalhar os seus devaneios. Está produzida e sozinha não é um código para: estou disponível, aproxime-se! Não significa querer uma aventura, ou, sexo selvagem com um desconhecido.

Peço a minha segunda dose de Skyy, mas para minha total surpresa, além da minha Vodka o bartender traz também uma dose de Uísque. Olho intrigada para a bebida durante poucos segundos e a recuso quando percebo o convite implícito, as segundas intenções contidas no sorriso cheio de si do Srº Máximo, – dei esse apelido super despretensioso ao cara da mesa ao lado –. Não o notei antes da oferta silenciosa, será que ele estava sentado durante todo esse tempo na mesa dez e eu não o vi? O bartender parece curioso, mas decide não falar nada, apenas recolhe a bebida e some novamente. Na mesa sete parece que algo realmente importante esta acontecendo, ou talvez seja o álcool saindo para dançar, consigo ouvir os gritos e as gargalhadas de todas as mulheres daquele grupo.

A visão dos eventos ao meu redor me manteve distraída por um longo tempo, pois mais uma vez sinto o meu copo esvaziar, olho decepcionada para o meu copo vazio e decido tomar só mais uma dose, afinal hoje eu estou saindo comigo mesma, e preciso comemorar essa belíssima companhia, assim como, essa maravilhosa conquista de liberdade. Já estava me preparando para pedir mais uma dose, quando subitamente aquela dose de Uísque ressurge. Recuso-a novamente, mas dessa vez não tento conter a irritação presente na minha voz, o garçom parece querer se desculpar pelo incômodo, provavelmente ele percebeu o quanto o cara insistente esta arruinando o clima da minha noite. Finalmente ele pega a bebida, e quando ela esta sendo retirada da mesa, o Srº Máximo a retira das mãos do garçom e a coloca novamente na minha frente, e sem ser convidado ele resolve sentar ao meu lado. Aparentemente convencer o macho alfa da mesa ao lado, atualmente ao meu lado, de que hoje ele não irá tirar a minha calcinha será uma tarefa mais difícil do que eu esperava. Sinto-me violada, porque caras idiotas não aceitam ser rejeitados? Será que a minha recusa foi ambígua? Perco-me nos meus próprios pensamentos...

Vários minutos depois eu retorno das minhas inquietações, e percebo que ele, o Srº Máximo, esta falando algo sobre como seria fantástico acompanhá-lo para um local mais reservado, tento entender como foi que essa não conversa tomou esse rumo, afinal, ele esta falando sozinho, desde que invadiu a minha mesa eu não abri a minha boca, gostaria de uma garrafa de vodka, porque uma dose dificilmente resolveria a minha frustração. Penso em dizer-lhe aquela velha e eficaz desculpa: Eu tenho namorado. Mas creio que seria o mesmo que dizer: Não se aproxime, eu já tenho um dono, mas se não tivesse com certeza transaria com você. Nesse ponto do diálogo, eu já estou exasperada... Respiro inúmeras vezes, quando sem perceber acabo falando com ênfase desnecessária: – Eu não irei transar com você! Porque quando eu digo não, eu quero dizer Não. Simplesmente discordo dessa história de que mulher quando diz não, na verdade quer dizer sim, isso é um mito, um péssimo costume transmitido geração após geração. Eu sou mulher e quando eu digo não, quero dizer exatamente isso. Não estou fazendo charme ou iniciando jogos, não, eu estou lhe dispensando, retire-se, por favor!

Juro que por um breve momento pensei que ele iria me agredir, a reação dele ao seu ego ferido não foi nada positiva. Primeiro ele insinuou que eu era louca por dispensar um cara como ele – como se ele fosse um cara indispensável –, logo depois disse com total convicção que eu estava bêbada. Mas eu não estava louca, muito menos bêbeda, possivelmente grogue, eu apenas não estava a fim dele naquele momento. Mesmo assim, eu deveria aceitar de bom grado as suas investidas porque é normal os homens se aproximam das mulheres sempre com segundas intenções? Não, não é normal. é inconveniente e constrangedor, além do mais eu tenho todo direito de dizer não, para quem eu quiser e quando eu quiser, é dever do outro respeitar o meu não, mesmo se ficar magoado. Afinal, rejeição não é o fim do mundo, todo mundo precisa aprender a lidar com ela.


DISPA-ME II: Caixa de Pandora!


Acordei novamente com aquela sensação de que estou descumprindo promessas, sabe? Abri os olhos e enxerguei o quão frustrante é esconder no passado as péssimas escolhas que eu fiz. É realmente uma droga tentar levantar e sair por aí vestida com essa armadura que além de me proteger, também me prende, me isola de todas as possibilidades. Construí uma defesa impenetrável, uma caixa de pandora repleta de coisas que eu nunca considerei: desejos inconfessáveis e perguntas que eu nunca ousei verbalizar. Mas, ultimamente estou pensativa, desconfiada, procurando respostas para essas perguntas, procurando coragem para analisar os itens escondidos nessa caixa, pois em alguns momentos, – como agora –, tudo que eu quero é empurrar tudo de volta para dentro desse compartimento, e então fingir que nada aconteceu. Conviver com todos esses sentimentos supostamente errados, esta destruindo a minha paz. Minha mente esta uma confusão, ás vezes acredito que a melhor decisão seria deixar você partir, até construo um discurso no meu cérebro justificando a minha decisão, e quando eu começo a dizer pra você ir, o meu corpo me trai e suplica para você ficar.


 – Como uma mulher pragmática decide experimentar algo que não envolve fazer a coisa certa? Não sei, ainda estou tentando compreender como isso aconteceu comigo, sei apenas que jogar a cautela pela janela foi uma decisão incrivelmente sábia. Porque sem ela acabei descobrindo que me apeguei a falsas verdades, descobri também que entre o certo e o errado existe uma imensidão de possibilidades. Compreendi que todo esse conjunto de regras, formalidades e etiquetas da boa sociedade não passam de formas de reprimir a liberdade alheia. Aprendi no decorrer desses anos que relacionamentos casuais eram banais, e apenas sexo era uma forma de perder tempo. Acreditei copiosamente que diversão era sinônimo de pecado. Critiquei o poliamor e zombei a poligamia, também propaguei a ideia de que os relacionamentos não convencionais eram menos verdadeiros, ou seja, apenas um desperdício de tempo e afeto, – como se não houvesse verdade em aproveitar cada momento da companhia de uma pessoa –, e é por isso, que você não deveria atrair a minha atenção, ou sequer despertar o meu interesse.

Acreditei em tudo isso até o dia em que eu conheci você, até o momento em que te abracei e sentir o seu perfume se misturando à minha pele, – você cheirava a sexo e a algo mais, o que só depois descobri ser Le Male Terrible do Jean Paul Gaultier –. Naquele momento eu soube que você era o cara combinaria perfeitamente comigo, porque você é um desafio, além de ser confiante, também é inteligente e engraçado. Definitivamente você faz o meu tipo, supondo que eu tenha um. Depois daquele dia em que eu te vi, passei algumas madrugadas acordada imaginando como seria sentir você, imaginei o seu sabor inúmeras vezes, e quando finalmente eu me permitir, – sem culpa –, saborear você, a sua boca não me decepcionou, macia e fria, ela se aproximou do meu pescoço me provocando sensações nunca antes sentidas, e ali eu tive certeza que não iria existir nenhum desperdício de tempo entre nós, mas sim escassez. O seu toque fez com que eu enxergasse que a vida é feita pelos momentos vividos, e que esse papo de perder tempo em relacionamento casual é mentira, pois na nossa relação o prazer mútuo é um fator primordial, tornando cada milésimo de segundo essencial.

Essa nossa relação, o que nós dois temos, me deixa muitíssimo saciada, sem nenhum motivo para lamurias, ou arrependimentos. Por isso, eu me isento da obrigação de reprimir como eu me sinto em relação a você, a nós. Não quero reprimir o quão magnifico é estar dentro dos seus braços. Porque você me ensinou que entre quatro paredes não existe espaço para vergonha, timidez ou incerteza. Com você é luz acesa e satisfação garantida. Basta eu ameaçar abrir zíper do seu jeans que imediatamente você já esta me ajudando a tirar o sutiã. E eu só preciso desse seu olhar de quem estar com fome para sentir um incêndio ganhando vida dentro de mim. Não preciso de mais nada, nenhuma palavra, para que segundos depois eu esteja implorando a sua atenção. Sinto-me perdida nesse abismo que é você. Porque as batidas do seu coração misturadas com a minha respiração ofegante se tornaram o meu som favorito.

Créditos da Imagem: Natacha Mantovani.


DISPA-ME I: Sexto Sentido!


Lembranças de quem eu costumava ser ressurgem no imaginário de todos aqueles que pensavam que eu nunca me tornaria o que eu acredito que me tornei. Memórias do meu sorriso contagiante que costumava esconder quão machucada eu estava, são substituídas pela imagem de um sorriso sedutor, cheio de mistérios. Mas que também esconde a decepção que eu senti ao perceber que os príncipes encantados que eu inocentemente esperava aparecer para me salvar deste castelo de solidão, nunca vieram. E eu já não sei se foram as decepções que mudaram as minhas expectativas, ou se foi você quem me mostrou o quanto a vida é curta. Só sei que de uma maneira ou de outra, acabei compreendendo que não existe nenhuma garantia de felicidade plena, e a melhor chance de sem querer encontrar a felicidade é percorrendo a estrada dos prazeres. Porque, “felizes para sempre” é algo superestimado, e esperar pela pessoa certa é uma tremenda perda de tempo.


Demorei bastante tempo sendo aquela garota modelo, que sonhava em ter filhos, marido, cachorro, papagaio, enfim, um casamento feliz. No entanto, a espera por essa tão sonhada perfeição se tornou algo deprimente. Acordar dia após dia em uma cama vazia não era nenhum sinônimo de felicidade, e é por isso que ser uma garota que sonhava com uma casa azul rodeada por uma cerca branca foi suficiente até ontem, porque hoje, tudo em que eu consigo pensar é em chegar em casa arrancar a sua camisa, sentir a maciez do seu cabelo e me embriagar com o seu perfume. Penso no quão bom é saborear o seu gosto, esse seu sabor de perigo. Talvez essa decisão seja errada, porém, você é um daqueles poucos caras errados que sabem fazer a coisa certa. E todas aquelas palavras sujas sussurradas no meu ouvido, torna praticamente impossível manter você longe, pois você sabe a importância das preliminares, compreende que sexo é um conjunto de fatores. Sexo é os sussurros, os gemidos, as caricias, enfim, sexo é a troca de prazer e você sabe exatamente como intensificar essa troca.

Cara, você sabe o que fazer e quando fazer. No meu íntimo sinto-me satisfeita, terrivelmente realizada, por isso deixei você entrar na minha vida, se acomodar na minha cama e compartilhar do meu prazer. Porque, tudo que eu mais quero é me perder em você e eu posso sentir as minhas veias pegando fogo, com a mera sensação do seu toque. Eu posso senti-lo em mim, o seu olhar, passeando pelo meu corpo. Gostaria que essa sensação durasse para sempre, mesmo que para sempre dure somente essa noite. Porque uma noite com você alterou todos os meus objetivos de compartilhar um relacionamento ideal – seguindo os padrões impostos pela sociedade –. Os meus planos caíram por terra, quando descobri que o cara que eu quero é dono de um coração sem escrúpulos. Mas você é tão bom de cama que eu juro, é difícil respirar.

Nesse exato momento, creio que eu estou vivendo um Déjà vu, pois nós dois sabemos que essa relação parece simples e divertida, porém uma amizade colorida pode se transformar em uma tremenda confusão. Sexo deveria ser algo simples, no entanto, nada é tão simples assim. Na verdade, eu reconheço todas as cenas dessa peça que estamos encenando. Aparentemente estou revivendo toda essa história, várias e várias vezes, podendo afirmar que em nenhuma das suas inúmeras versões as coisas são simples ou fáceis. Temo que em algum momento iremos perder o controle, desde já os meus instintos me alertam para que eu fuja dessa situação e de caras como você. Caras que parecem ridiculamente certos, com esse enorme sorriso carinhoso, mas que definitivamente não passam de uma fruta proibida, da qual, garotas como eu, não resistem e precisam provar.


Apesar de todos os avisos gritados pela minha intuição, mesmo com todo esse meu sexto sentido infalível, eu não resistir. Eu não queria resistir, pois a minha voz interior clamou por você, mesmo sabendo que você era um erro, porque ambas sabíamos que você era o erro mais gostoso que eu poderia cometer. Não tenho nenhum arrependimento, nem deveria, afinal, como poderia me arrepender do prazer que é a sua companhia? Talvez você seja o meu pecado, pouco me importa, pois o tempo é efêmero e eu prefiro gastar todo e qualquer tempo que eu tenha contigo, mesmo que seja apenas por uma noite intensa e inesquecível. Sinceramente, eu trocaria qualquer possibilidade de amor eterno, por mais uma noite com você.

COLEÇÃO: DISPA-ME!



Rasgue esse véu que cobre minha insegurança.
Arranque todo esse meu medo convertido em inocência.
Ouça os meus gritos primitivos causando faíscas
E sinta essas faíscas queimando a sua pele

Perceba o meu olhar febril examinar o seu corpo
Enquanto o meu íntimo se contorce na sua visão
Nessa dança, eu e você compomos um
Um amálgama de desejos reprimidos e prazeres negados

Embalados pelo som dos meus gemidos,
Eu te convido a trilhar por esse labirinto
Desfrute o passeio, intensifique a caminhada
Por essas curvas pouco acentuadas que é o meu corpo.

Minha alma, composta por essa pluralidade explícita de querer
Encurralada por essa fome insaciável de você
E nesse emaranhado de caricias e roupas espalhadas
Não existe espaço para incertezas ou pudor