(…)
Não gosto de aparências. Não gosto de jogo. Não gosto de gente que
fica espalhando aos quatro ventos que a vida é uma festa. A gente vive na era
do sou-doidão-bebo-pra-caralho-amo-a-noite-tomo-remédio-pra-dormir-transo-muito-tenho-mil-amigos. Ninguém
quer saber da sua vida. Desculpa, mas é. Se você tem problema pra dormir, que
pena. Consulte um psiquiatra, leia um livro, conte carneirinhos. Mas não fique
achando que é legal dizer que toma quatro boletas para dormir (eu teria
vergonha, sério). É ridículo. As pessoas acham que é cool dizer que tomaram uma
garrafa inteira de Absolut. As pessoas pensam que é bacana falar o tempo
inteiro de sexo. Quem fala muito é porque tem algum distúrbio, algum
problema, alguma falta, alguma falha. Ninguém quer detalhes da sua vida sexual.
Lamento, mas é. Se você bebe demais, consulte o A.A. e conheça os 12 passos.
Ninguém tem mil amigos.
A gente tem a mania de achar que a vida do outro é melhor que a nossa. Que o
relacionamento do outro não tem nenhum problema. Que o trabalho do outro é uma
maravilha. Que deve ser tudo muito fácil. Não é. A vida,
meu amigo, não é simples. E cada um vive da melhor forma possível. Dias
bons, dias ruins (isso tudo soa uma autoajuda do cacete), dias bons, dias
ruins. E assim vai indo. Mas não pense que aquela pessoa que diz que é doidona,
bebe horrores, toma boleta e trepa muito é mais feliz que você.
Clarissa Corrêa
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