Ser uma mulher negra não é uma tarefa fácil, pois em
pleno século XXI ainda é perceptível a exclusão dos negros na sociedade brasileira,
e quando se trata de mulheres negras essa realidade é ainda mais alarmante. Historicamente
a população negra tem menos oportunidades com relação à população branca em
importantes áreas da sociedade brasileira: na educação, na política e
principalmente no mercado de trabalho. Mas como afirma Judite Botafogo, as
mulheres negras, fazem parte de um contingente de mulheres, que soube enfrentar
desafios ferrenhos para se manter viva e não ceder aos caprichos impostos pelo
machismo. E é por esse e inúmeros outros motivos que hoje iremos conhecer um
pouco da história de 5 mulheres negras que são um fenômeno.
1ª - ELISA
LUCINDA: Elisa Lucinda dos Campos Gomes nasceu em Cariacica, no dia 02
de fevereiro de 1958. É uma atriz de TV, cinema e teatro, cantora, jornalista e
escritora. Mas o que destaca essa versátil capixaba de 56 anos são os versos
recheados de sensações do cotidiano. Elisa é considerada uma das mais
talentosas poetisas brasileiras da atualidade. Promove saraus e criou a
Associação de Estudo de Declamação.
Lucinda é ganhou o Troféu Raça Negra 2010 em sua oitava
edição, na categoria Teatro. Também foi premiada no cinema pelo filme A última
Estação, de Marcio Curi, no qual protagoniza o personagem Cissa. A estreia do
filme foi no Festival de Brasília de 2012. Além de conhecida pelos seus
inúmeros espetáculos e recitais em empresas, teatros e escolas de todo o
Brasil, ela é admirada pela marca inconfundível de seu trabalho como atriz de
telenovelas na Rede Globo, como Mulheres Apaixonadas, Páginas da Vida,
Insensato Coração e Aquele Beijo.
2ª - TAÍS
ARAÚJO: Taís Bianca Gama de Araújo-Ramos é uma atriz, modelo e
apresentadora brasileira de cinema e televisão. Seu primeiro papel de destaque
na televisão foi como a protagonista da novela Xica da Silva, de Walcyr
Carrasco, na Rede Manchete. Taís nasceu no 5 de novembro de 1978 (35 anos), no Rio
de Janeiro. Essa atriz se destaca por se a primeira atriz negra brasileira a
fazer uma protagonista na televisão, sendo que na rede globo ela interpretou
Preta na novela Da cor do pecado.
É importante lembrar que Xica da Silva é uma
telenovela brasileira produzida pela extinta Rede Manchete e exibida entre 17
de setembro de 1996 a 11 de agosto de 1997. Escrita por Walcyr Carrasco (sob o
pseudônimo Adamo Angel) e dirigida por Walter Avancini. Uma reprise da
telenovela foi exibida no canal SBT, do dia 28 de março de 2005 a 9 de dezembro
de 2005. Xica da Silva é a única novela cujo seus protagonistas são baseados em
pessoas e fatos reais. Francisca da Silva de Oliveira de fato viveu no Arraiá
do Tijuco, hoje Diamantina, no século XVIII. Sua vida já fora romanceada por
Agripa Vasconcelos no livro Chica que manda e através do filme de Cacá Diegues,
que tem o mesmo nome da novela, em 1976.
3ª - RUTH
DE SOUZA: Ruth Pinto de Souza, nacionalmente conhecida como Ruth de
Souza é uma atriz brasileira. Nasceu no dia 12 de maio de 1921 (93 anos), no
Rio de Janeiro. Na década de 40, foi co-fundadora do Teatro Experimental do
Negro (TEN) - uma nova forma de dramaturgia que ajudou na valorização e no
descobrimento de muitos artistas negros. Aos 93 anos, Ruth tem vasta
experiência na TV, cinema e teatro e é considerada uma das grandes damas da
dramaturgia brasileira.
4ª - MARGARETH
MENEZES: Nasceu no dia 13 de outubro de 1962 (51 anos), na cidade de
Salvador, Bahia. É uma cantora, compositora, produtora, atriz e empresária
brasileira. Margareth conquistou dois troféus Caymmi, dois troféus Imprensa,
quatro troféus Dodô e Osmar, além de ser indicada para o GRAMMY Awards e GRAMMY
Latino.
5ª - SUELI
CARNEIRO: É uma doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e
diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra.
Em 1984, o governo de São Paulo criou o Conselho
Estadual da Condição Feminina. Alertado pelo programa da radialista negra Marta
Arruda de que não havia negras entre as 32 conselheiras convocadas, o conselho
convidou Tereza Santos, que militava no movimento negro ao lado de Sueli
Carneiro, teórica da questão da mulher negra. Na gestão seguinte, foi a vez de
Sueli fazer parte do conselho. Em 1988, foi convidada para integrar o Conselho
Nacional da Condição Feminina, em Brasília. Antes de partir, no entanto, fundou
o Geledés - Instituto da Mulher Negra, primeira organização negra e feminista
independente de São Paulo.
Ela também criou o único programa brasileiro de
orientação na área de saúde específico para mulheres negras. Semanalmente mais
de trinta mulheres são atendidas por psicólogos e assistentes sociais e
participam de palestras sobre sexualidade, contracepção, saúde física e mental
na sede do Geledés. E ao receber a visita de um grupo de cantores de rap da
periferia da cidade, que queriam proteção porque eram vítimas frequentes de
agressão policial, Sueli decidiu criar então o Projeto Rappers, onde os jovens
são agentes de denúncia e também multiplicadores da consciência de cidadania
dos demais jovens.
P.S.: Espero que tenham gostado e até o próximo Top 5!