Slide

Í.N.T.I.M.O.S.: Sentimentos Guardados no Armário!

  
Estava organizando os meus armários e gavetas, me desfazendo de coisas velhas que já não me servem, e me alegrando por encontrar aquele suéter de linho branco há muito perdido, e um trocado completamente esquecido no bolso de uma calça jeans...

É engraçado as coisas de que nos esquecemos com o tempo. Eu abro esse armário todos os dias, mas não consigo me lembrar quando foi a última vez que eu realmente reparei naquele gato de pelúcia que você me deu, embora ele esteja sempre ali, apoiado na prateleira, sombreado por um dos meus casacos de inverno. Mas hoje, por alguma razão eu reparei nele, ao tocar o pelo suave e macio. Lembro exatamente do dia em que você apareceu com ele, com um laço vermelho no pescoço, e disse que nosso amor iria durar até o dia em que esse gato de pelúcia morresse. Esse foi seu jeito bobo e extremamente adorável de me dizer que nosso amor iria durar para sempre.

Por que será que não deu certo? Às vezes eu me pergunto isso. Se eu não fosse tão teimosa... Se você não fosse tão certinho... Se tivéssemos nos esforçado mais... Não há nada errado em lutar com uma peça que não se encaixa para completar nosso quebra-cabeça. Talvez a beleza esteja exatamente nisso: em juntar nossas diferenças, e ir ajustando aos poucos, até colocar tudo em ordem, num encaixe perfeito.

Infelizmente, as coisas não aconteceram como a gente planejou. Nós demos importância demais a algumas manias bobas; eu ficava irritada com os seus planos que insistiam em não se ajustar aos meus; e em algum momento você também se cansou da minha teimosia. Só o que restou foi o gato, com o pelo branco e macio guardado no meu armário, protegido do desgaste do tempo, com suas sete vidas intactas; aquelas sete vidas imortais que deveriam durar o tempo do nosso amor.

“E agora?” A voz de Caetano vem do rádio, ecoando nos versos da canção as palavras que meu tolo coração decidiu ressuscitar com as nossas lembranças. “Que faço eu da vida sem você?” Porque antes de te conhecer, eu só sabia do amor o que diziam os poetas. E agora não sei o que fazer com esse espaço vazio que você deixou no meu peito.

É tolice querer voltar atrás, e corrigir aqueles pequenos erros? Mandar para o inferno aquelas diferenças banais que nos fizeram abrir mão de tudo o que tínhamos? Será que você, alguma vez, também já se perguntou isso?
Sei lá... Talvez eu só esteja procurando um pretexto para chorar. E um lembrete de que o amor foi maior que os nossos defeitos bobos. Mas, infelizmente, acabou.

Talvez um dia eu consiga me desfazer desses arrependimentos, como das roupas velhas que não me cabem mais. Mas esse dia não é hoje. Hoje eu vou terminar esta carta, e guardá-la no armário, junto com as nossas lembranças. Afinal, o gato ainda não morreu...


  
Sobre a autora: Talita Vasconcelos é uma escritora nacional. Paulistana, 20 e poucos anos, apaixonada por livros, cinema, música boa, e escrever. Autora de três livros publicados em e-book: a antologia “A Morte Não é o Fim”, e o romance “Alma de Rosas”, e um romance sobrenatural, "As Noivas de Robert Griplen".


Leia também: Lágrimas de Sangue.

Minimizando as feridas!






Lembra o quanto éramos perfeitos um para outro? Eu lembro, e morro de saudade dos sorrisos fáceis e das piadas sem graça. Estava tentando dormir, mas só consigo pensar em todos os nossos momentos juntos, estava lembrando a primeira vez em que te vi e pensei o quão “pegável” você era, é uma lembrança comprometedora. Outra lembrança comprometedora é a forma como eu conseguir o número do seu celular, – você não sabe e eu prometo que nunca irei contar –, e quando eu te liguei pela primeira vez eu estava cheia de coragem devido ao meu anonimato e foi por isso que sem rodeios confessei que estava super a fim de você, (quem se declara para um desconhecido por telefone? Prazer, essa sou eu!). E além do pensamento inapropriado, da ligação corajosa também enviei uma mensagem de texto com a letra da música Fico assim sem você, lembra? Espero que não, pois são inúmeras lembranças comprometedoras. Em minha defesa eu só gostaria de dizer que todas as minhas atitudes são justificáveis, pois naquela época eu era apenas uma adolescente perdidamente apaixonada, certo?


Nesse exato momento em minha mente memórias ressurgem como em um flash back, lembro-me de todas as promessas implícitas, todos os olhares carregados de segundas intenções. Lembro-me do seu cheiro, seu toque e como a temperatura aumentava quando você estava por perto. Definitivamente, éramos bons juntos, deveríamos ter nos casado e feito bebês lindos e inteligentes. Teríamos uma menina com o meu sorriso e um menino com o seu olhar. A menina teria a minha alegria, e o meu jeito amável de ver o mundo, enquanto o menino herdaria todo esse seu mistério e seria possessivo igualzinho a você. Porém, ambos seriam infinitamente amados, porque nós dois seríamos ótimos pais. Mas, infelizmente não nos casamos, não fizemos lindos bebês e não estamos juntos. O engraçado dessa história é que ainda somos perfeitos um para o outro, talvez esse seja o problema, somos perfeitos demais para ficarmos juntos.

Sabe qual é o meu maior arrependimento na nossa relação? Não ter traído você, ou não ter sido traída por você. Diante de tudo que já passamos nós fomos fieis, e esse é o meu maior arrependimento, pois ter sido fiel ao nosso relacionamento por tanto tempo foi um desperdício. Perdemos cinco anos das nossas vidas por causa dessa fidelidade. Durante esse tempo eu te avaliei, te julguei, te amei e te odiei, não necessariamente nessa mesma ordem. Tudo isso pra quê? Não estamos juntos, mas também não estamos separados. Nenhum de nós irá dizer adeus, não existirá nenhuma despedida entre nós. Tudo bem, isso não me incomoda, só sinto falta do início, daquela fase em que o relacionamento é uma novidade, e temos todo tempo e simplicidade do mundo. Sinto falta do estar junto por vontade própria, por querer estar junto, diferente de nós dois que estaremos sempre juntos pela necessidade do outro, por tudo que juntos construímos e compartilhamos, sentimentos e sensações indissociáveis.

É assustador o quanto é satisfatório saber que você continua aqui, na minha vida. E em breve seremos velhos e vida terá passado como em um piscar de olhos. Provavelmente as nossas prioridades não serão as mesmas de hoje, mesmo assim, independente dos acontecimentos futuros eu rezo para que você ainda esteja comigo, porque a melhor coisa que eu fiz na minha vida foi conhecer você, te querer foi apenas um detalhe, e entre deixar você ir, ou te amar, eu prefiro te amar. E querido não se preocupe eu nunca deixaria você cair, nós dois ficaremos bem, sem ressentimentos. Acredite, eu seria incapaz de lhe desejar algum mal. Eu sei que você se tornou o caminho mais fácil, me acostumei a te escolher na multidão de possibilidades. Sabe aqueles maus hábitos que todo mundo tem? Você era o meu, você é o meu péssimo costume. E durante todo esse tempo você permaneceu na minha mente, sendo o meu primeiro e último pensamento. Mas a vida não espera, ela segue em frente e eu preciso me desacostumar a pensar e amar você. Mesmo assim, procure na plateia, eu estarei sempre lá torcendo por você, siga em frente e arrase, pois você é o melhor, e sem querer Eu te amo pra caramba!


Í.N.T.I.M.O.S.: À Rebeca Sazai!

Um convite,
Uma conversa,

O desabrochar de sentimentos dantes velados... Desafogo em teus beijos.






Desejas amada, uma prova de amor
Fita, pois, meu semblante e o perceba como a maior prova;
Minh ‘alma podes ver através da íris,
Janela da alma que agora lhe pertence.





Sou teu oásis, mas tu és quem me sacia a sede.
Como fazê-lo se te ocultas na distância de um silêncio maldoso,
Deixando que me corroa o tempo da espera?



Nossos corpos
Ainda que destruídos pelo tempo,
Não esmorecerá nosso amor,
O que de mim tens mais forte além da vida.




Prossiga até o final da ponte que atravessas,
Encontrará, minha amada, o que procuras.
Como bem mais elevado
Evoco e aspiro tua felicidade.




Na tua linguagem de sentimentos
Propõe-me teu abraço como refúgio,
Em apenas um sorriso
Tornei-me teu.



Autor: Marcus Nascimento.