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ENCANTO IV: Quando o sol raiou!


Durante a noite quase tudo parece esconder um mistério, o mundo demonstra ser ainda mais perigoso e até mesmo aterrorizante, porém quando o dia nasce, com ele vem uma luz, na verdade, um raio de sol que ilumina toda a escuridão que antes aterrorizava. E é essa luz que esclarece todas as possíveis dúvidas!


Sinceramente eu não compreendia a diferença entre perder um amor ou nunca ter um amor. Mesmo assim, sempre acreditei que a perda é devastadora e uma das piores punições. Afinal, quando se quer destruir um inimigo a opção mais eficaz é destruir aquilo que ele mais ama, ou seja, fazê-lo perder algo. Perder é a maior fraqueza do ser humano, e acredite ninguém gosta de perder. No entanto, não ter nada para perder transforma a pessoa mais doce do mundo em algo tão perigoso quanto uma bomba nuclear. Não ter o que perder é mil vezes pior do que perder algo. Percebi que não saber como é perder algo por não ter algo para perder me assusta muito mais do que a possibilidade de perder o que eu já conquistei. E foi então que percebi que eu prefiro ter algo parar perder, a não ter nada e viver vazia.

Analisando nessa perspectiva, sinto uma enorme vontade de rir alto, pois a situação não poderia ser mais irônica, afinal, sou eu a garota que imaginava saber, ou melhor, sentir a perda de um grande amor. Eu realmente acreditava que havia perdido um amor, com isso eu me lamentava, publicava coisas mesquinhas e deprimentes nas redes sociais e prosseguia jurando amor eterno. E o pior de tudo é que eu acreditava incondicionalmente nisso, no amor e no eterno.  Afinal, te amar nunca foi uma tarefa difícil, pois você era o meu maior desafio, e isso me animava, além da sua inteligência, do seu sorriso fácil e de todas palavras certas que você sempre sabia quando e como usar.

Passei tanto tempo amando você, e provavelmente ainda estaria amando você, pois eu sempre acreditei nesse complicado sentimento que todos chamam de amor, mas em um belo dia ensolarado eu resolvi me olhar no espelho, então imagina a minha surpresa quando eu tão percebi que não me enxergava, não mais. Instantaneamente eu me questionei: quando parei de ver meu reflexo do espelho? E essa se tornou a pergunta de R$ 1 milhão. Perdi tanto tempo acreditando amar alguém que eu nunca conheci que parei de amar aquela que eu dependo pra viver, eu parei de valorizar a pessoa a quem eu realmente deveria colocar em primeiro plano, enfim, eu abdiquei do amor próprio para amar um fantasma!

Não percebia o quanto aqueles sentimentos eram unilaterais, afinal, Eu amava, Eu admirava, Eu respeitava, Eu confiava, Eu acreditava, o que poderia estar faltando? E então a resposta surgiu, era sempre Eu quem amava, admirava, respeitava, confiava e acreditava, porém era Você quem Eu amava, sempre Você, tudo por Você. Eu nunca me coloquei nesses sentimentos, eu nunca me escolhi. Só então compreendi que isso nunca foi sobre deixar ou não de amar você, isso sempre foi sobre amar ou não a mim mesma. E adivinha o que eu aprendi? Querido, duas pessoas podem jogar esse jogo, e acredite eu aprendi com o melhor jogar do mundo, porém, fui eu quem fez as melhores jogadas. Portanto, você me ensinou a jogar, mas fui eu quem criou as regras desse jogo, ou seja, minhas regras, meu jogo!

Ontem eu me questionava: será que essa coisa entre nós poderia realmente estar tão danificada a ponto de ser impossível reparar? E hoje eu afirmo: não, não poderia, pois, nunca existiu nenhuma coisa entre nós, aliás, nunca existiu nós, apenas eu, você nunca esteve nessa equação. É tão devastador quando enxergamos com uma clareza antes inexistente, pois ontem eu sofria tentando não amar você, mas hoje eu só preciso mim amar. É que o amor é assim: pode te salvar ou te destruir. Porém, a Escolha é a chave de todas as fechaduras. E Querido, lembre-se disso, pois eu tento não esquecer... Sempre temos escolhas! 


Entre Nós: uma carta pra você, Carine Cristina!


Havia esquecido o quão difícil é escrever sobre alguém que amamos. Sinceramente, parece fácil, mas não é simples encontrar as palavras certas para descrever alguém que admiramos e que acima de tudo é uma fonte de inspiração. Deveria ser mais fácil, afinal você conhece tão bem aquela determinada pessoa que deveria encontrar todas as palavras necessárias para criar uma frase perfeita. No entanto, não funciona assim, parece que quanto mais conhecemos alguém, menos sabemos o que descrever sobre ela.

Então o que eu posso falar sobre você Carine Cristina? Quais as palavras certas para construir uma frase perfeita?

Eu sinceramente não sei, na verdade, eu sou péssima em perfeição. Consigo compreender tudo completamente diferente de como instruí o GPS. Particularmente, eu acho tão estranho a minha forma singular de enxergar o mundo. E é por isso que eu não sei exatamente o que devo escrever, afinal, vamos falar de você sob o meu ponto de vista. Ponto de vista que em determinados momentos esteve distorcido, e em outros foi totalmente ilusório, mas por fim afirmo com plena convicção que em todos os momentos essa é a visão de alguém inteiramente envolvido com a pessoa descrita, ou seja, essa é uma carta sobre amizade, cumplicidade e amor.

Sabe aquela sensação de que ás vezes você perdeu um tempo valioso? Ás vezes eu sinto que sabotei o meu próprio relógio. Perdi tanto tempo não gostando de você, ou julgando quem você é, que não aproveitei o tempo que tínhamos. Eu te achava tão incrivelmente chata lembra? Além de viver criticando todas as suas amigas que a meu ver eram patricinhas (e que hoje são as minhas melhores amigas). Eu te julgava o tempo todo, e ficava muito irritada quando nos arrumavam como se fôssemos irmãs gêmeas. E isso era algo realmente horrível, afinal ambas usávamos o mesmo penteado, e na maioria das vezes saiamos com aquela blusa rosa com babado que até hoje eu não entendo por qual motivo nós tínhamos duas blusas exatamente iguais. E quando eu revejo as nossas fotos, principalmente as comemorações dos nossos aniversários, percebo que é impossível dizer quem é a aniversariante, pois ambas sempre estávamos juntas e eu fico me perguntando quem afinal apagavam as velinhas. Não lembro todos os detalhes, ou por que brigávamos tanto, porém, queria ter aproveitado melhor aquela época e ter sido um pouco menos briguenta.

E com o passar do tempo, depois de tantas brigas eu comecei a enxergar você, não apenas a Carine prima, mas também a Carine irmã, a irmã que a nossa família insistiam que fôssemos, e atualmente eu consigo ver a Carine amiga, aquela que esta sempre lá comigo e por mim. Desde então, nos tornamos o melhor uma da outra, nas minhas falhas você me indicava como conseguir os acertos e nas suas falhas eu aprendi a fazer o mesmo. Confesso que a vida era menos complexa quando tinha você comigo, mais perto sabe? Sinto falta de ser a garota dramática e você a irônica, juntas erámos a perfeição.

Confesso que eu não sei o que realmente deveria te dizer agora, mas eu sei que eu sempre demonstrei ser corajosa, pois não queria que nada pudesse te intimidar, por isso sempre estava ao seu lado dizendo as palavras certas para te estimular a seguir em frente. No entanto, eu não era tão corajosa quanto demostrava ser, na verdade, a minha fé sempre esteve em você, pois eu posso ser a determinada, mas é você a persistente.

Por fim, gostaria de dizer que apesar da distância, Eu te amo muito. Não se preocupe, pois eu sempre estarei ao seu lado, sempre estarei com você. E  mesmo diante do caos, você sempre será a minha prima, amiga e irmã, agora não mais gêmea, (risos). Hoje sabemos o quanto somos diferentes, com personalidades singulares. Hoje sabemos quem somos, aprendemos a conviver com os nossos defeitos e qualidades. No entanto, eu sei que juntas podemos ser insuportáveis, afinal, somos donas de um temperamento difícil. E eu vivo imaginando como deve ser horrível conviver com nós duas (risos), acredito que essa deve ser uma missão impossível.  Mas, eu sei que ficaríamos bem, sempre ficamos!

Parabéns garota, por quem você sempre foi, e por tudo que você vem conquistado diariamente. E quer saber? Eu amo fazer parte da sua vida.

P.S.: Agora com 2.0 de idade, vamos agitar não é mesmo? Obrigada por sempre estar lá por mim.