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Amores modernos: O complicado jogo do afeto e da sedução


Que tempo é esse de tantas máquinas e pouco amor? Na net, você se oferece num classificado. Pesos e medidas que nunca vão definir quem você é. Que tempo é esse que anestesia o coração?

O sexo corre solto, ninguém é de ninguém. Vale tudo no jogo da sedução. Corpos e formas nas prateleiras da noite. Quantidade versus qualidade.

Como é mesmo ser íntimo? Conversa em volta da mesa, troca de idéias, papo furado. Abrir a guarda, ficar vulnerável, de carne e osso como todo mundo é.

Nos tempos modernos você não conhece o vizinho, esquece dos amigos. O trabalho, o sucesso, o congestionamento e a fumaça embotam os sentidos.

Desfile de tragédias e cenas chocantes invadem sua casa, de onde você vê o que acontece no mundo. Acostuma com a desgraça e nem lembra que pode mudar o canal. Toneladas de informações para se manter no mercado. Para não perder o seu posto, defender a posição.

Mas se você parar para pensar no que está fazendo, se consultar a alma para saber o que ela quer, pode ser que você leve um susto ao perceber que esse dia-a-dia não o leva a lugar algum.

Afinal, o que você espera da vida? Será que não é mais um boi na boiada? Como andam suas relações?

A música bem alta, a melodia que falta. O divertimento que tenciona mais do que relaxa. Tudo para disfarçar o desgosto, a falta de entusiasmo. Tudo para esconder o quanto você está só.

Mas existe outro jeito de ser, que não depende desses tempos, e que pode ser muito mais interessante. E você o descobre quando experimenta os caminhos que foram apontados por sábios homens, em um tempo de menos tecnologia e muito mais compaixão.
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Mimada sim, e daí?!
Meu egocentrismo não me permite essa submissão de estar na sua vida em um plano secundário. Você teve seu tempo de pensar. Mas eu não tenho a vida inteira pra esperar uma resposta sua, uma atitude. A vida precisa seguir seu percurso, não dá pra ficar parado numa realidade a parte, congelada, no aguardo para ser vivida... Não temos a opção pause, e na maioria dos casos não temos opção. É obrigação viver, de maneira a não deixar nada pra depois. Arriscado? Muito. E daí? Nada é pior que o oco de um ato que poderia, tinha tudo pra ser "tudo" e nem foi... Nem chegou a ser!

A minha parte infantil se resume a ocasionais carências e um excesso de hábitos que rotineiramente são confundidos com malcriação (menina mimada). Fora isso, eu já estou bem "grandinha" pra ser confundida com uma boneca, ou um brinquedinho a ser usado, manipulado, descartado...
"Espere o tempo passar a gente vê como é que fica" Tô esperando... o tempo tá passando, mas é que esperar também cansa, sabe?!

Incompreensiva? Talvez. Mas se alguém souber onde eu posso arrumar algumas doses de paciência, agradeço a dica

Simone Genuino

A moça


Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. 
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. 
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. 
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. 
Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. 
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
 Caio F.

O tempo cura?


Já faz tempo que tudo acabou. Eu continuo aqui, esperando o tempo curar tudo, as dores, os sentimentos, as lembranças. Mas acabei descobrindo que nem sempre ele cura, apenas ameniza. O que está no coração não sai por completo. Deixa marcas e cicatrizes que parecem ser incuráveis. 

Continuei esperando. O tempo passou, eu me reinventei. Decidi seguir minha vida e me afastar de tudo que lembrava você, de nós dois. Consegui. Me descobrir em outro alguém e percebi que o mundo continuava seguindo, mesmo sem você ao meu lado. Bom, era o que eu achava. Mas o destino prega peças e a vida me levou novamente a você. Eu não resisti. O coração tomou as rédeas da razão e eu cai novamente em teus braços. 

E naquele momento, por um breve momento, eu acreditei que tudo voltaria a ser como antes. Eu senti que você me pertencia outra vez e me deixei envolver, de novo e de novo. Mas bastou um novo momento e a razão conseguiu retomar seu lugar, deixei o coração de lado e percebi que não era a hora certa. Eu ainda precisava me encontrar saber o que realmente se passava no meu interior, então me afastei. Por quanto tempo conseguirei? Não tenho ideia, mas vou deixar que a vida, o destino ou o tempo, tomem a decisão por mim, por nós. 

O tempo não me curou de você, ele apenas me deu a oportunidade da escolha: Seguir ao seu lado, ou não.
Tariane Ribeiro

Conselhos nem tão sensatos pra vocês homens


Queridos, prezados, rapazes, homens. Tão difícil assim nos entender? Vejam bem, aqui do nosso lado do cabo de guerra é tudo tão transitório que é só fazer sim com a cabeça e não surtar quando a gente explode que tá quase tudo sempre certo: a gente se desespera, mas passa. Guardem os desaforos venenosos e as críticas dentro do saco da raiva e jogue bem longe, no próximo córrego, numa lata de lixo que faça possível reciclar o discurso. Dificilmente somos a parte sensata na hora que o fight pega fogo e cabe a vocês saber que, assim como adoramos os pets pequenininhos, não passamos de um pincher raivoso ou poodle equivocado que mais ladra que morde - pequenas no tamanho mas gritantes na urgência do viver.

Chame pra uma caminhada no parque ao invés de gorda, quando nos questionar sobre o passado, acredite de imediato e não solte nossa mão na rua sem motivo, ainda mais em tempo frio (a cabecinha começa a funcionar à milhão atrás de motivos que expliquem a talvez falta de orgulho ou quem sabe ex que passou no meio das árvores do outono). Expressem de vez em quando algum ciúme, que é pra gente ter certeza de que está tudo no devido lugar, falem nossa língua quando sabem que a chance é grande de magoar e abracem sem medida e nem freio, apertado. Tudo que a gente mais deseja é se sentir necessária porque o dia fica meio torto e incompleto se não tem o coração aos pulos quando está chegando perto de passo apressado. Ou, no lugar de criticar nossas roupas "estranhas", vocês notem quando a lingerie é nova ou a gente fica gostosa mesmo só de pijamão. Por favor, ou é mesmo assim tão difícil?

Ah, se soubessem vocês que tem algo entre as pernas o quanto ser carinhoso com nós, mulheres, na frente dos amigos causa inveja nos solteiros de plantão, tivessem qualquer noção do quanto roda na nossa mente uma frase, um cheiro, palavras rudes de uma briga desnecessária ou elogios no fim de tarde enquanto a louça era lavada, quem dera ao menos a noção do quanto importam os pequenos detalhes como flores vermelhas em datas especiais (é hipócrita a feminina que diz que não gosta), um SMS no meio do dia, chegar no horário porque saber esperar pra nós é arte sem domínio e essas coisas. Bem que podia.

Saiam com os amigos de vez em quando, mas não nos esqueçam pelo resto do dia. Falem de sexo e não deixem cair a peteca (ou, trocadilho, em fim) na rotina. Nos imitem no telefone pra descontrair um pouco, que a distância vai sufocando ao longo dos dias. Detestem aquelas nossas amigas, só que apenas de vez em quando. Sirvam nossos pratos, puxem as cadeiras às vezes e não esqueçam do beijinho assim que fecha o sinal. As broncas, sempre quando a sós, que a gente cuida e se controla muito mesmo para deixar pra lavar a roupa suja em casa e de portas trancadas. Em resumo: nos cuidem. Se é pra ser delicado, que seja com quem a reciprocidade permite - somos a rainha das meiguices, vocês sabem. Tolerem nossa TPM com muito chocolatinho, não nos encarcerem dentro de casa, que precisamos ver a rua, elogiem nosso perfume: nos amem que não existe fórmula mágica, mas sim, tentativa sincera.
Camila Paier